Dirigido por Alexandre Boury e Marcelo Travassos, o filme estréia em quatro salas da regiao. 

A festa de Didi começou há duas semanas, quando o comediante Renato Aragao, seu criador, reuniu no estúdio que leva seu nome no Rio boa parte da direçao da Rede Globo - onde trabalha há 23 anos - e do elenco que participou de episódios do programa Os Trapalhoes. "Chegar até aqui foi um sonho. Eu nunca achei que esse personagem fosse durar tanto e me trazer tanta alegria", disse na ocasiao. 

A Fox do Brasil, responsável pelo lançamento de Um Anjo Trapalhao, espera um público de no mínimo 2 milhoes de pessoas. 

Para ser exibido na tela grande, o especial de TV foi ampliado em sua metragem (de 50 para 70 minutos), além da telecinagem de vídeo para película. Semelhante a O Auto da Compadecida, de Guel Arraes, um dos maiores sucessos nacionais de bilheteria do ano. 

Na história de Um Anjo Trapalhao, Didi chega a Vila Esperança, vilarejo do interior, às vésperas do Natal. Seu primeiro contato é com o sapateiro Zé (Paulo Betti) e sua filha Tetéia (Alessandra Aguiar). Impressionado com a tristeza e a falta de fé dos dois, Didi promete a visita de Papai Noel e a presença de Deus na noite de Natal. 

Passeando pela cidade, conhece seus moradores - o político corrupto e sua família (Francisco Milani, Georgia Gomide e Débora Secco), os falsos cegos (Joao Carlos Barroso e Cristina Prochaska), que exploram a solidariedade alheia, o bêbado, a doida, as beatas etc - e confirma a descrença e a desesperança de todos. 

Uma série de enganos faz com que Didi seja proclamado como um enviado de Deus. Sem querer decepcionar, o trapalhao se angustia com a falta de idéias para cumprir suas promessas. Até que, na véspera de Natal, uma tempestade acaba trazendo a visita inesperada de um homem exausto (Francisco Cuoco), um menino faminto e uma mulher com frio (Regina Duarte).  

Este ano, o filme de Renato Aragao - 41º de sua carreira - será uma reprise. Para 2001, o prometido Um Cupido Trapalhao começa a ser produzido em março e a Fox já saiu na frente na briga pela distribuiçao. "Hoje me divido entre o programa da Globo e o filme anual", disse Aragao. Aos 65 anos, ele nao pretende parar. "Enquanto o público quiser, eu serei o Didi Mocó."