O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, afirmou que não está "cerceando o exercício profissional, só disciplinando-o". Segundo ele, a intenção é evitar que os advogados atuem a serviço de criminosos. Na terça-feira, no Rio, um dos advogados de Fernandinho Beira-Mar teve a prisão preventiva decretada porque, a pedido de seu cliente, ameaçava de morte as pessoas que estariam devendo dinheiro à quadrilha do traficante.
O diretor de Prerrogativas e Direitos da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), José Luís Oliveira Lima, afirmou que irá contestar a decisão de Furukawa, classificada por ele de "aberração jurídica". Segundo Lima, a medida "impede que os presos tenham direito à ampla defesa, como está previsto na Constituição".
A decisão também irritou a Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo (Acrimesp). O presidente da entidade, Ademar Gomes, afirmou que “essa é uma medida arbitrária, que viola tanto a Constituição Federal quanto o Estatuto da Advocacia”.
Gomes reclamou do fato dos advogados precisarem esperar a decisão da direção das penitenciárias para visitar os clientes, “como se o advogado fosse ele também um suspeito que precisasse de vigilância especial, passar por revista e que estaria tramando contra a segurança do presídio”.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.