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Afeganistão: 600 soldados estrangeiros mortos em 2010
Da AFP
25/10/2010 | 08:18
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A morte de um soldado estrangeiro no Afeganistão no domingo elevou a 600 o número de vítimas fatais da Otan no decorrer do ano, um recorde desde a invasão do país pelas forças lideradas pelos Estados Unidos em 2001.

Na média, o Afeganistão registra a morte de dois militares estrangeiros por dia, um ritmo comparável ao dos piores meses do conflito no Iraque, no início de 2007.

Um soldado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) faleceu no domingo em um ataque insurgente na região leste do país, segundo a Aliança Atlântica, que não divulgou a nacionalidade da vítima.

Com a morte chega a 600 o número de soldados estrangeiros vitimados nas operações militares executadas no país desde o início de 2010, segundo uma contagem da AFP com base em dados do site independente icasualties.org.

No total, 2.170 soldados da coalizão internacional morreram no Afeganistão desde o início da invasão militar comandada pelos Estados Unidos, que expulsou os talibãs do poder no fim de 2001.

Desde que a insurreição começou a ganhar força, em 2003, cada ano estabelece um novo recorde, com uma aceleração registrada desde 2006: 58 soldados estrangeiros mortos em 2003, 60 em 2004, 131 em 2005, 191 em 2006, 232 em 2007, 295 em 2008 e 521 em 2009, de acordo com o icasualties.org.

A grande maioria das vítimas é de americanos (1.348 mortos), que constituem mais de dois terços dos quase 150.000 oficiais da coalizão que se encontram no Afeganistão.

Washington enviou reforços ao país e passou a aplicar uma nova estratégia antiguerrilheira no país, assim como fez no Iraque em 2007.

O Pentágono e a Otan advertiram que, com a chegada em 2010 de 40.000 soldados adicionais e a intensificação das operações, o número de militares mortos no Afeganistão aumentaria em consequência.

Os civis, no entanto, são de longe as principais vítimas deste conflito: mais de 2.400 morreram em 2009, segundo a ONU, o que representa um aumento de 14% na comparação com 2008.

Diante de uma guerra que parece um atoleiro, a opinião pública nos quase 40 países que integram a Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan, com os Estados Unidos à frente, se tornou em sua maioria contrária ao envio de soldados.

Alguns países já retiraram ou anunciaram a retirada de seus militares. O contingente holandês tomou a iniciativa em agosto, sendo o primeiro dos grandes países que forneciam tropas à Isaf a deixar o Afeganistão. O presidente Barack Obama fixou para julho de 2011 o início da retirada das tropas americanas.

O objetivo oficial das forças da Otan, que combatem uma insurreição em pleno desenvolvimento em quase todo o país, é fazer com que as forças de segurança afegãs assumam o posto até o fim de 2014. No entanto, muitos analistas duvidam da capacidade das tropas de Cabul de enfrentar o desafio.

Um início de diálogo parece estar sendo esboçado entre o governo afegão e os insurgentes, sobretudo os talibãs. O presidente Hamid Karzai criou uma entidade de mediação, o Alto Conselho para a Paz.

Os talibãs, no entanto, continuam rejeitando oficialmente qualquer diálogo com o governo.




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