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Falta profissional com nível técnico
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
30/05/2011 | 07:30
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Celso Luiz/DGABC


A escassez de profissionais no mercado de trabalho é crônica e atinge a todos os níveis escolares. Mais da metade dos empresários brasileiros (57%) encontram dificuldade em preencher funções e posições críticas dentro de suas organizações.

No mundo todo, um em cada três empregadores se deparam com diversos problemas na busca por talentos que ocupem os postos em aberto. Isso é o que aponta a pesquisa realizada pela ManpowerGroup - empresa voltada a criação de soluções.

No Brasil, os cargos com maior escassez de talentos são os de técnicos em produção, operações, engenharia e manutenção, seguidos por engenheiros e motoristas - funções essenciais no setor industrial, por exemplo. Em comparação com os resultados do ano passado, o profissional técnico continua a ser a profissão com maior incompatibilidade entre a qualificação disponível e o perfil demandado. Trabalhadores de ofício manual e operadores de produção deixaram de ocupar o topo da lista e passaram, respectivamente, à oitava e quinta posições do ranking deste ano (veja tabela abaixo).

"Embora nem todos os empregadores tenham sentido os efeitos da escassez enfrentada globalmente, os fatores do mercado de trabalho atual apontam que é provável que, em breve, todos comecem a sentir essa pressão", afirma o country manager (que coordena as operações no País) da Manpower Brasil, Ricardo Barberis.

Para ele, é preciso que as empresas adotem uma ampla abordagem a fim de garantir que os profissionais tenham o talento necessário para alcançar seus objetivos de negócios. Enquanto o talento não pode ser ‘fabricado' em curto prazo, uma abrangente estratégia de capacitação de mão de obra deve assegurar os negócios da empresa.

A falta de educação de base é um reflexo do apagão da mão de obra qualificada. "Há uns dez anos, o segundo grau técnico era muito valorizado. Os jovens tinham experiência no mercado antes de iniciar o curso superior. Hoje, o cenário é o contrário", declara a diretora de Recursos Humanos da Manpower do Brasil, Márcia Almström.

Com a popularização e a abertura de novas universidades, a qualidade da educação oferecida caiu. A executiva aponta que hoje há muitos formados desempregados, já que não possuem experiência de campo e conhecimento específico na área. "É tudo muito superficial. O mercado está carente de pessoas que façam muito bem a sua tarefa, combinando habilidade técnica com conhecimento."

Para aqueles que estão concluindo o Ensino Fundamental, a dica é optar pelas profissões voltadas a área de exatas, cujo mercado está carente. "Engenheiros, técnicos em linha de montagem e produção são bastante solicitados. O aquecimento econômico pede esses profissionais. O País já está saturado de advogados e administradores de empresas", avisa Márcia.




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