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Família de jovem morta na Paulista deve processar construtora
Do Diário do Grande ABC
25/10/1999 | 17:57
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A família da estudante Milene Modesto, 28 anos, morta na noite de sexta-feira ao ser atingida por um carrinho manual de transporte de carga que despencou de um prédio em construçao na Avenida Paulista, em Sao Paulo, pretende processar as empresas responsáveis pela obra. O advogado Amândio Esteves informou, porém, que a medida ainda depende do laudo técnico do Instituto de Criminalística (IC), que apura as circunstâncias do acidente.

"Poderemos entrar com uma açao de responsabilidade civil para exigir indenizaçao", disse o advogado da família. Segundo Esteves, dependendo do que o laudo apontar, o processo poderá ser impetrado contra a construtora Chap Chap, responsável pela obra; a empresa Grumont Equipamentos, proprietária do guindaste de onde o carrinho se soltou ou ambas. "A família está muito chocada e ainda nao sabe ao certo o que pretende fazer", disse.

O carrinho estava acoplado a um guindaste comandado pelo funcionário da Grumont Equipamentos, José Neto Cardoso Silva. O equipamento, pesando 60 quilos, caiu de uma altura de 40 metros a uma velocidade de 100 quilômetros por hora e atravessou o tapume de proteçao antes de atingir Milene, que morreu na hora. Silva e o engenheiro responsável pela obra, José Carlos Zacarias, foram indiciados por homicídio culposo.

De acordo com o advogado, apenas o fato de algo ter se soltado do guindaste e atingido a estudante já seria suficiente para processar as duas empresas. "Estamos esperando pelo laudo porque ainda há dúvidas se o que atingiu a vítima foi mesmo um carrinho ou alguma peça do guindaste", explica. Segundo ele, as empresas ainda nao entraram em contato com a família da estudante.

Família - O médico oncologista Nelson Pires Modesto, pai de Milene, viajou nesta segunda-feira para Florianópolis, onde deveria participar de um congresso que havia sido agendado antes da morte da estudante. Sua mulher, Rosana Marcondes, que é médica do trabalho, confirmou, porém, a intençao da família em processar as empresas responsáveis pela obra. "Estamos todos muito abalados, mas certamente algo deverá ser feito", disse.

Milene cursava pós-graduaçao em Museologia na Universidade de Sao Paulo. Ela havia acabado de sair do trabalho na Itaú Eventos, e pretendia encontrar-se com o namorado, o músico Wagner Sanches, quando foi atingida pelo carrinho. A obra da construtora Chap Chap fica no número 2.230 da Avenida Paulista. O corpo da estudante foi sepultado no sábado, em Campinas.




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