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Coop volta a expandir rede em 2012

Orçamento da supermercadista será de R$ 30 milhões, 36% a mais do que no ano passado

Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
09/01/2012 | 07:30
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Após encerrar o ano com expansão nas vendas de 9,19% e alcançar faturamento de R$ 1,662 bilhão, a Cooperativa de Consumo, maior varejista de alimentos do Grande ABC com 29 pontos de venda, deverá retomar o crescimento orgânico com a abertura de lojas. Em 2011, o plano de inaugurar ao menos duas unidades de distribuição não saiu do papel devido ao alto preço dos terrenos tanto na região quanto no Interior do Estado, onde a rede também atua. Para o presidente da Coop, Antonio José Monte, o cenário para o setor em 2012 é positivo, apesar da crise externa. Tanto que projeta avanço de 10,5% nas vendas para este ano, assim como estruturar a área de e-commerce, reformar drogarias e ampliar o centro de distribuição. A seguir confira os principais assuntos abordados na entrevista com o executivo para a equipe do Diário.

EXPANSÃO - Ao contrário de 2011, neste ano vamos abrir pelo menos mais uma loja, que será no Grande ABC. O contrato será fechado nas próximas semanas com o proprietário do imóvel, pois essa unidade será alugada. O investimento médio será de R$ 5 milhões.

Outro plano que finalmente será concretizado é o posto de combustível em Tatuí, no Interior de São Paulo. Também vamos lutar para inaugurar os primeiros postos na região. Dentro da estratégia de reforçar o posicionamento da Coop como um centro de soluções para o cooperado, estamos reformando todas as nossas drogarias. Ainda faltarão 14 para este ano.

O centro de distribuição também terá sua reforma terminada em 2012. Ainda vamos instalar câmaras frigoríficas para alimentos perecíveis e embutidos.

Teremos R$ 30 milhões para investir ao longo deste ano. A meta será elevar o faturamento em 10,5% em relação ao R$ 1,662 bilhão contabilizado em 2011. Esse número foi 9,19% maior do em 2010.

PREÇOS DOS TERRENOS - Os preços dos terrenos subiram tanto que caso tivéssemos aberto uma unidade com o valor de aluguel pedido pelo proprietário do terreno levaríamos 77,5 anos para ter o retorno do investimento. Isso é algo totalmente inviável. O período máximo é de oito anos. Em alguns casos, os preços dos imóveis triplicaram quando comparados aos anos anteriores.

Essa situação deixa o mercado sem perspectiva de crescimento orgânico. A Coop, assim como as demais supermercadistas, enfrenta a mesma dificuldade. O Grupo Pão de Açúcar, que sempre anuncia novas lojas, não faz nada além de conversão de bandeiras. Neste ano, também investimos na conversão da loja de vizinhança Zapt Coop para uma unidade tradicional.

E-COMMERCE - Neste ano vamos deixar tudo em ordem para iniciar a operação da loja virtual. Será contratado um executivo para gerenciar esse novo canal de venda. Logo no começo de 2013 os cooperados poderão comprar eletrodomésticos e, possivelmente, remédios e dermos cosméticos. Em 2014 teremos as demais categorias, como alimentos. Estamos preparando tudo há dois anos e o potencial desse canal de vendas é muito bom.

REDE BRASIL - A rentabilidade das 16 redes associadas à Rede Brasil Supermercados deverá melhorar com o incremento de importados nas prateleiras, especialmente da China. O plano é desenvolver produtos exclusivos para novas categorias que serão compradas em conjunto pelas empresas. Produtos como azeite, massa, vinho, enlatado e itens de bazar integram a listas dos importados.

CENÁRIO - A crise na Europa não deverá causar grande dor de cabeça ao varejo. No setor de alimentos, se ocorrer impacto, será pequeno. Ninguém deixará de comer ou beber. O que poderá acontecer é a troca dos produtos de marca líderes pela marcas mais baratas, como aconteceu na crise de 2008. O reajuste do salário-mínimo ajudará a elevar o consumo das famílias de renda menor.

Os setores de eletrodoméstico e eletroeletrônico, que dependem mais de crédito, poderão sofrer algum abalo. A decisão do governo federal de reduzir novamente as alíquotas do IPI foi acertada, mas aconteceu um pouco tarde. Mas a intervenção veio antes que as vendas de bens duráveis pudessem cair. O ponto negativo é que, no cenário traçado pela Coop, a inflação seguirá em alta, em média 7%.




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