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Perdas da aposentadoria ultrapassam 70% na região
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
02/03/2010 | 07:00
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A Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC apresentou ontem ao secretário nacional de relações do trabalho do Ministério do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, as bandeiras de luta da entidade, entre elas a da equiparação do reajuste da categoria com o índice aplicado sobre o salário-mínimo. Na região, estima-se que há cerca de 400 mil trabalhadores aposentados e pensionistas. Segundo o presidente da associação, Benedito Marcílio, muitos deles recebem acima do mínimo e sofrem com defasagem que, nos últimos 15 anos, é superior a 70% entre o que o valor que ganham hoje e o que recebiam quando se aposentaram. "Muita gente se aposentou com seis salários e hoje recebe três ou quatro", cita.

Medeiros - que já foi presidente da Força Sindical - esteve ontem pela manhã na sede da associação, em Santo André, e à tarde visitou a sede do Diário, e afirmou que é importante rediscutir o percentual de aumento oferecido para os que estão na inativa.

Para o secretário, o argumento de que a Previdência possui déficit grande e, por isso, não teria condições de pagar mais, não convence. "É preciso negociar, encontrar saídas para os aposentados. Temos uma dívida com os mais velhos", avalia.

Atualmente o índice do salário-mínimo é a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais o percentual de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) do ano anterior. Medida Provisória recém-editada pelo governo federal estabeleceu para 2010 e 2011 a taxa inflacionária mais 50% do PIB para os aposentados.

Embora seja um avanço, a MP ainda não agradou a associação, que em conjunto com federações e a Cobap (Confederação Brasileira dos aposentados), vem realizando diversas mobilizações para pressionar o Congresso a colocar em votação o projeto 4.434/08.

Essa proposta prevê a vinculação (aplicação do mesmo índice do salário-mínimo) e também estabelece a reposição de perdas para a categoria nos últimos cinco anos, em função dessa defasagem.

Marcílio afirmou que, nos dias 19 e 25, deverão ser feitas novos atos em São Paulo, em defesa dessa reivindicação. Ele aproveitou o encontro com o representante do Ministério do Trabalho para se queixar também da falta de regulamentação de pontos do Estatudo do Idoso, como os que preveem cursos superiores para a ‘Terceira Idade' e a contratação de especialistas em educação física, para dar lazer a esse público.




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