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Careca e a missão de revelar craques
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
09/01/2012 | 07:42
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Foi pelo Santos, em 1997, que Careca balançou a rede pela última vez na carreira. As terríveis dores no joelho esquerdo incomodavam e tiraram do craque a vontade de continuar no futebol.

A decisão de parar não foi fácil, mas o atacante não teve escolha e em 1999 fez seu último jogo como profissional pelo modesto São José (RS). De lá para cá, o veterano emprega sua experiência na revelação de novos talentos em Campinas, cidade de onde surgiu para o futebol.

Aos 51 anos, o ex-jogador, que brilhou com as camisas de Guarani, São Paulo e Napoli (Itália), resolveu apostar na garotada. Montou moderna e imponente Academia de Futebol em Campinas,quase na divisa com a cidade de Mogi Mirim. É lá que busca lapidar novos talentos para o futebol brasileiro. Agora empresário, Careca concilia a missão com a função de comentarista do Campeonato Italiano, na Rede TV.

O empreendimento foi a saída encontrada por Careca para se manter ligado ao futebol. Ele dificilmente bate bola com os garotos, mas acompanha a evolução de perto. "Hoje não dá mais para correr, porque o joelho não deixa. Estou evitando entrar em campo para não precisar passar por cirurgia, mas não resisto e sempre quando me convidam, a vontade fala mais alto do que a razão", confessa o veterano, que participou da partida beneficente organizada pelo ex-volante Narciso em São Bernardo, dia 23, que contou com Neymar, Ganso e Robinho, entre outros.

O carinho dos torcedores é o que Careca sente mais falta. Ele lamenta ter jogado em uma época onde não existiam tantas facilidades para que o fã se aproximasse do ídolo. "Hoje, nós vemos, por exemplo, o Neymar, que é um fenômeno dentro e fora de campo. Ele sabe usar muito bem as redes sociais para se aproximar dos torcedores, e isso tem dado resultado. Antigamente não tinha nada disso", lamenta. "Mas é preciso usar essas ferramentas com responsabilidade", finaliza.

CARREIRA

Antônio de Oliveira Filho, o Careca, nasceu em Araraquara, onde teve o primeiro contato com o futebol. O estilo veloz e matador logo chamou atenção do Guarani, que apostou na sua contratação. Em Campinas, Careca - que herdou o apelido porque era fã do palhaço Carequinha - explodiu. Foi campeão brasileiro em 1978, marcou o gol do título e rapidamente se tornou ídolo dos torcedores. Em 1983 ganhou ainda mais projeção ao acertar com o São Paulo com a missão de substituir Serginho Chulapa.

Careca acumulou anos dourados no Tricolor e principalmente na Seleção Brasileira, onde disputou como protagonista a Copa do Mundo de 1986. Marcou cinco gols, mas caiu com o resto do time nas quartas de final, quando foi eliminado pela França. No mesmo ano, o jogador foi bicampeão brasileiro pelo São Paulo, curiosamente derrotando o Guarani na final. Nesta temporada, Careca fez 25 gols, foi artilheiro e melhor jogador da competição.

Em 1987. depois de 191 jogos e 115 gols pelo São Paulo, Careca aceitou a missão de brilhar no exterior e acertou com o Napoli. No clube italiano foi companheiro de Maradona, conquistou a Copa da UEFA em 1988 e foi vice-campeão nacional. Em 1990, no último ano de parceria com o argentino, Careca enfim foi campeão italiano, na última grande campanha do Napoli.

Já no fim da carreira, Careca defendeu o japonês Kashiwa Reysol antes de voltar ao Brasil para defender o Santos, seu clube de coração. Fez nove jogos pelo clube e marcou apenas dois gols, os últimos dos 437 marcados na carreira.

 




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