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Paixão de João Bastos pelo Carnaval vira livro
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
06/03/2011 | 07:01
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Com 5 anos, o carioca João Bastos, agora com 18, se encantou pelo Carnaval. Não pela folia simplesmente, mas pelos desfiles das escolas. Apesar de apaixonado por samba, curtia a festa longe da cidade do Rio de Janeiro. Viajava naqueles dias e acompanhava tudo pela TV.

A distância, porém, não o impediu de escrever Acadêmicos Unidos e Tantas Mais (Editora Folha Seca, 280 págs, R$ 37). O livro conta a história do Carnaval no Rio: desde as manifestações populares que influenciaram a criação das agremiações até curiosidades e resultados de todos os desfiles.

A ideia surgiu em 2007, quando tinha 14 anos, por brincadeira. João, que já lia obras relacionadas ao tema, passou a pesquisá-lo ainda mais. "Queria fazer algo diferente. É voltado mais para os jovens e leigos, que curtem a festa, mas não sabem muito sobre o assunto."

Agora, João realizará antigo desejo. Estreia hoje na avenida, desfilando na Mangueira. Aliás, na opinião do garoto, algumas das descobertas mais curiosas que fez estão relacionadas à sua escola do coração. O nome dela pode estar ligado à fábrica de chapéus homônima que existia na região ou às árvores próximas ao local onde surgiu a escola. "Há várias teses; ninguém sabe ao certo."

Mesmo profissionalizados e grandiosos, João critica os atuais desfiles das escolas cariocas do Grupo Especial. "As baterias estão cada vez mais aceleradas e parecidas uma com a outra. Estão perdendo as características originais." No passado, era possível distinguir cada agremiação pelo som que produzia.

No entanto, diz ele, pior situação é a das escolas dos Grupos de Acesso, que fazem carros-alegóricos e fantasias em barracões precários. "As pessoas trabalham porque gostam muito do Carnaval. O espaço é pequeno e elas têm de conviver com lixo e risco de incêndio."

E por falar em fogo, João espera que as escolas atingidas pelas chamas no início de fevereiro - Portela, Grande Rio e União da Ilha do Governador -, na Cidade do Samba, possam mostrar bom desfile. Segundo ele, Salgueiro e Unidos da Tijuca devem brigar pelo título com temas ligados ao cinema. "Neste ano tem a volta de enredos de homenagem (como o da Beija-Flor, que falará sobre Roberto Carlos), comuns nas décadas de 1980 e 1990. Muitas surpresas virão."

E quanto ao Carnaval paulistano? "Perdeu muito tempo tentando imitar o do Rio. Agora, busca a própria identidade; está crescendo. A Vai-vai (que mostrará a vida do pianista João Carlos Martins) tem tudo para ser campeã."




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