Pela primeira vez na história das eleições municipais do Grande ABC, os 1.374.241 eleitores de Santo André, São Bernardo e Diadema ficarão impedidos de acompanhar ao vivo a apuração dos votos dos candidatos a prefeitos e vereadores no dia 5 de outubro, a partir das 17h. Nessas três cidades o processo será feito dentro dos cartórios eleitorais - a maioria deles sem espaços físicos suficientes para o próprio trânsito dos funcionários envolvidos - e com os resultados das urnas transmitidos, via disquetes, para o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral-São Paulo). Ao contrário de São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, municípios que centralizarão o serviço em locais públicos, como clubes.

O presidente do TRE-SP, Marco César Muller Valente, determinou que a transmissão dos dados ocorra, obrigatoriamente, a partir do cartório eleitoral. A medida, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão, garante maior segurança para o tráfego dos dados pela Justiça Eleitoral. No entanto, a divulgação dos resultados poderá ser feita tanto no cartório, por meio de telão, caso o local comporte, quanto fora desse ambiente. A competência para decidir sobre o assunto, nesse caso, é do juiz eleitoral, levando em consideração as peculiaridades de cada cidade.

Em 2004 e 2006, a maioria dos cartórios eleitorais do Estado já transmitiu os resultados dessa forma. Nas últimas eleições municipais no Grande ABC, porém, a apuração dos votos ocorreu em clubes e espaços públicos condizentes ao livre acesso da população, candidatos, simpatizantes e da própria militância dos partidos.

Em Mauá, as quatro zonas eleitorais estarão concentradas em um único local - na Associação Beneficente e Recreativa Cofap, no bairro Capuava. Para o juiz da 217ª Zona Eleitoral da cidade, Olavo Zampol Júnior, é uma questão de bom senso. "Resolvemos fazer fora para que todos os interessados possam acompanhar, inclusive o eleitor, uma vez que as dependências físicas dos cartórios eleitorais de Mauá não comportariam. Cada cidade tem sua realidade", explicou.

O mesmo bom senso não ocorreu em Diadema, cidade que apresenta uma das eleições mais polarizadas da região. O juiz da 222ª Zona Eleitoral, Helmer Augusto Toqueton Amaral, determinou que o processo de apuração seja feito nos dois cartórios da cidade, com espaços acanhados. Não haverá, inclusive, segundo informações de funcionários dos dois cartórios, transmissão por telão. O município possui 301.229 eleitores, que estarão espalhados por 68 locais de votação - 717 sessões.