Vinte e duas pessoas morreram nesta quarta-feira em novos atentados em Bagdá, ao mesmo tempo em que a tensão aumentou no sul do Iraque após os confrontos de terça-feira em Kerbala entre as forças oficiais e partidários do aiatolá radical xiita Mahmud al-Hassini.

Um carro-bomba explodiu perto de um dos principais terminais rodoviários do centro de Bagdá, matando oito pessoas e deixando 28 feridos. O terminal próximo ao local da explosão, ponto de saída dos ônibus para o sul da capital, é muito freqüentado pelos xiitas. O atentado ocorreu em meio à mobilização de oficiais adicionais das tropas americanas e iraquianas, como parte do plano de combate à violência em Bagdá lançado em meados de junho.

Posteriormente, pelo menos 14 civis morreram e 65 ficaram feridos na explosão de dois carros-bomba no centro de Bagdá, informou o ministério da Defesa. As explosões ocorreram em uma rua próxima à avenida Al-Sadun e uma impressionante coluna de fumaça podia ser vista a quilômetros de distância.

Nesta quarta-feira também foram registrados confrontos entre o Exército iraquiano e as milícias de outro líder radical xiita, o clérigo Moqtada al-Sadr, em Mussayeb. Uma pessoa morreu e 25 foram detidas. Testemunhas também relataram enfrentamentos entre grupos de homens armados e tropas governamentais iraquianas em Basra.

Os novos atos de violência acontecem num momento em que aumenta a tensão no sul do país, após os violentos combates de terça-feira na cidade sagrada xiita de Kerbala, onde foi decretado um toque de recolher de três dias. De acordo com o primeiro-ministro Nuri Al Maliki, um grupo de homens armados atacou uma delegacia de polícia e repartições governamentais para desestabilizar o governo. "O Exército matou dez criminosos e prendeu 281. Agora a situação está sob controle", disse.

Os confrontos também mataram sete iraquianos (três militares, um policial e três civis). Outro agente faleceu em novos enfrentamentos em Kut, com os partidários de Hassani, líder xiita radical hostil aos Estados Unidos.

Em Kerbala reina uma frágil calma, com todos os acessos à cidade bloqueados pelas tropas oficiais. Apenas os moradores da cidade podem entrar. A circulação de veículos está proibida no centro da mesma e as ruas são patrulhadas incessantemente por soldados iraquianos.

Dhia al-Musaui, porta-voz de Hassani, declarou que alguns seguidores procedentes de Hilla e Basra se deslocarão para Kerbala. "Queremos segurança para o país e pedimos a libertação das pessoas detidas. Queremos um diálogo", disse.

A violência também fez vítimas em outras regiões do Iraque. Dois irmãos foram assassinados no centro de Baaquba, assim como um antigo membro do Partido Baath (movimento de Saddam Hussein) em Amara. Um fotógrafo foi morto por um grupo de homens armados em Samarra e um líder tribal em Basra.