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Vôo 990: Boeing 767 sofreu queda repentina
Do Diário do Grande ABC
04/11/1999 | 17:44
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O Boeing 767 da EgyptAir seguiu uma trajetória final drámatica e misteriosa, caindo primeiro a uma velocidade supersônica, recuperando depois altitude e descendo posteriormente a pique para se desintegrar, certamente, nesse vôo fatal.

A 33.000 pés (10.000 metros), o aviao desviou seu rumo e começou uma queda acelerada em 40 segundos até os 16.700 pés (4.800 metros), indicaram nesta quarta-feira à noite os investigadores da Agência Nacional para a Segurança nos Transportes (NTSB).

Na segunda parte dessa etapa, de 20 segundos, o aparelho alcançou "aproximadamente a velocidade supersônica" (Mach 1), explicou um técnico da NTSB, John Clark, às famílias das vítimas e depois aos jornalistas, enquanto mostrava um gráfico.

Nesse momento, o Boeing nao continuou sua queda - contrariamente às primeiras indicaçoes - mas começou um movimento para a direita, antes de subir brutalmente a 24.000 pés (8.000 metros).

Agora os peritos devem estabelecer se o piloto provocou essa subida brusca do aparelho ou se o aviao seguiu uma tendência aerodinâmica natural, que o levou a subir e recuperar altitude, quando pega demasiada velocidade.

Depois de ter alcançado 24.000 pés, o Boeing voltou a cair a 10.000 pés (3. 300 metros). A essa altitude "numerosos pontos pequenos" apareceram nas telas de radar, segundo Clark. Continuaram se deslisando na direçao do vento durante dois minutos e 40 segundos. Os "pontos pequenos" poderiam indicar que nesse momento o aviao se desintegrou, ainda segundo Clark.

Negou-se a avançar na análise, destacando que os peritos nao dispoem de informaçoes suficientes. "Primeiro, necessitamos encontrar a caixa preta", disse.

Para isso, os investigadores deverao esperar vários dias, no mínimo, pois ondas de mais de seis metros de altura impedem desde esta quarta-feira que os barcos possam se aproximar do lugar onde caiu o aviao, e segundo o serviço meteorólogico o clima vai melhorar durante o fim de semana.

Segundo Rudi Kapustin, ex-perito da NTSB, "provavelmente o aviao quebrou" a 10.000 pés, análise amplamente retomada nesta quinta-feira pela mídia americana. Contudo, é impossível determinar, tendo em conta os dados disponíveis até agora, o que pode ocorrer a 16.700 pés e por que o piloto perdeu o controle do aviao, disse Kapustin.

A 16.700 pés, o decodificador do Boeing, que envia ao radar os dados da altitude, a velocidade e o rumo do aparelho, deixou de funcionar, afirmou. "Isso pode indicar que o sistema elétrico se 'deteve' e com ele o gravador de dados do vôo", acrescentou Kapustin.

"Entao, por que o Boeing voltou a subir? Só podemos especular", concluiu.




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