Sem o parecer técnico da PGE (Procuradoria-Geral do Estado) de São Paulo, a audiência pública que discutiria hoje o futuro da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) foi transferida para o dia 29, a partir das 18h, na Câmara local.

A empresa municipal instituída em 1993 será extinta para criação da CSAD (Companhia de Saneamento Ambiental de Diadema), em parceria com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

O pedido de mudança da data, segundo o presidente do Legislativo, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), teria partido da Sabesp há cerca de quatro dias. "Por se tratar de uma parceria inédita no País, entre dois entes públicos, a Procuradoria do Estado tem de dar o parecer se aprova ou reprova a fusão. O que não ocorreu ainda", explicou o petista.

A Sabesp, mais uma vez, não respondeu ontem aos questionamentos do Diário, inclusive sobre o parecer da PGE.

Parecer jurídico à parte, a Câmara sofreu os prejuízos financeiros na confecção dos convites enviados há mais de um mês. Questionada por e-mail ontem, a assessoria de imprensa do Legislativo não informou o número e o custo total dos convites aos cofres públicos.

Entrevistado à noite por telefone, Maninho não soube informar o valor despendido, mas afirmou que cerca de 1.000 convites foram distribuídos.

O presidente da Câmara garantiu ainda que não fará novos convites para o dia 29. "Recuei nas faixas, quando o pessoal da Sabesp pediu um prazo maior. Do contrário, o gasto teria sido mais elevado", apontou.

O site da Câmara informava ontem que a alteração da data ocorreu por "motivos técnicos".

A fusão não é vista com bons olhos pela bancada petista, que não aceita, por exemplo, a divisão em 50% das ações. Indagadas sobre a dívida com a Sabesp, a Prefeitura e a Saned informaram que "o valor está sub judice". A Sabesp não respondeu - o último dado era de R$ 685 milhões.