Em 2005, 18.000 mulheres fizeram abortos ilegais em Portugal que, no próximo domingo, realizará um novo referendo sobre a descriminação da interrupção voluntária da gravidez ou IVE.
Segundo um estudo da Associação para o Planejamento Familiar, 350.000 portuguesas abortaram uma vez na vida.
A seguir, outros dados sobre o aborto em Portugal:
- trinta mulheres foram julgadas e 14 condenadas a penas de prisão por terem abortado desde 1998, data de um primeiro referendo que resultou no repúdio à descriminação;
- cerca de mil interrupções voluntárias da gravidez são praticadas, em média, todos os anos nos hospitais públicos, segundo números do Ministério da Saúde;
- A IVE só é autorizada em Portugal em caso de risco de vida para a mãe, ou em certos prazos, devido a riscos para sua saúde física ou psíquica, má-formação congênita do feto ou violências sexuais;
Segundo um estudo da APF, 64,1% das mulheres que abortaram em 2005 o fizeram sem cuidados médicos, 39,4% em casa e 32,2% em clínicas privadas.
- 72,5% foram informadas sobre práticas abortivas por amigas e 22,7% por um profissional da saúde. Destas, 46,1% não usavam métodos anticoncepcionais;
- mais da metade destas mulheres tinha entre 17 e 24 anos e 25% tomaram sozinhas a decisão, considerada por 40,8% como "extremamente difícil";
- interrogadas sobre o método utilizado, 35% declararam ter se submetido a curetagem, 25% com ingestão de comprimidos e 23% por aspiração. Dezesseis por cento disseram que "não sabiam" qual método foi empregado;
- resultados do referendo anterior de 28 de junho de 1998:
Não: 50,07%
Sim: 48,28%
Abstenção: 68,11%;
- 8,4 milhões de eleitores (de uma população de 10,5 milhões de habitantes) estão inscritos nas listas eleitorais e foram convocados a votar no domingo.