Encerrada a contagem de votos do primeiro turno, emissários dos petistas e dos tucanos já procuraram segunda-feira dirigentes do PDT e do Psol, disputando apoio para o segundo turno. O objetivo é conseguir pelo menos parte dos votos do pedetista Cristovam Buarque (2.538.542, ou 2,64%) e da senadora do Psol Heloísa Helena (6.575.693, ou 6,85%). Somadas, essas votações são maiores que a diferença entre os candidatos Lula e Alckmin.

Extra-oficialmente, o comando pedetista confirma ter sido procurado, mas se recusa a revelar por quem. Um ponto é certo: os pedetistas exigirão, em troca do apoio, compromissos públicos de garantia dos atuais direitos trabalhistas e previdenciários da população.

“Estamos abertos à conversa”, disse o presidente nacional do PDT Carlos Lupi, que espera a reunião da comissão executiva nacional do partido na quinta ou sexta-feira para se decidir. Na definição também serão ouvidas as seções estaduais da legenda.

O deputado federal Miro Teixeira (RJ), reeleito, confirmou que vai haver uma discussão interna, mas destacou a necessidade de o PDT “não ir aos pedaços para um lado ou para outro. Não tem negociação de cargos. A discussão é em torno de causas polêmicas e incômodas, que terão de ser abordadas pelos candidatos”.

O Psol também começou a ser assediado segunda-feira por integrantes das duas campanhas em busca de apoio. Embora informalmente até dirigentes da campanha do PSOL digam, sob o compromisso do anonimato, que votarão em Lula “de nariz tapado”, o partido não pode oficializar essa posição, entre outros motivos porque Heloísa atacou muito o presidente, chamando-o de “chefe de uma organização criminosa, capaz de matar”.

Nesta terça-feira, a executiva nacional do Psol tem reunião marcada em Brasília para oficializar a decisão, já anunciada pela senadora, de não apoiar ninguém. “Vamos preparar um documento com princípios programáticos, interpelando as duas candidaturas", afirmou o deputado Chico Alencar (Psol -RJ).