O Belle & Sebastian está de volta. A banda escocesa, que ganhou um público fiel no Brasil após sua estrondosa passagem pelo último Free Jazz Festival, em 2001, lança novo álbum, Dear Catastrophe Waitress (Trama, R$ 25 em média). Uma boa notícia é que esse é um disco “cheio”, com 12 faixas. Um dos poucos na extensa discografia de EPs (Extended Play) do grupo.

Dear Catastrophe Waitress mata a sede de quem aguardava por novidades consistentes da turma mais fofa do pop rock estrangeiro. No ano passado, os fãs foram consolados com a trilha sonora de Storytelling que, intercalada por vários diálogos dos personagens, não era das melhores para escutar de uma vez. Antes desse, só teve o bom, porém curto, B&S Sing Jonathan David.

O Belle & Sebastian de agora está mais maduro. Claro que está lá toda a essência da banda, que continua a porta-voz de uma geração perdida entre desilusões e incertezas, mas que aceita suas fraquezas.

Mas também a parte musical está melhor trabalhada. Os arranjos estão mais elaborados, menos simples. E para gravação foram agregados aos sexteto escocês 42 músicos convidados (com instrumentos como violino, viola, contrabaixo, cello, trompete, trombone, saxofone e flauta).

Solos de guitarra, raros no som do B&S, aparecem na faixa Roy Walker. E o tom mais roqueiro, com voz levemente rouca, dão o ar de novidade em Stay Loose. Mas o bom e velho B&S também está em Dear Catastrophe Waitress. A tradução do título (Querida Garçonete Catastrófica) está na foto de capa do CD.

Para uma parcela, B&S é sinônimo de som GLS. Mas é melhor que não se condicione o som a esse público. Seria pouco. O Belle & Sebastian é uma daquelas bandas que possui uma linguagem musical atrelada ao passado, mas ao mesmo tempo faz um discurso que se afina com os jovens de hoje.