A última semana de janeiro promete apresentar muitos riscos para o chefe de governo. A publicação do relatório Hutton vem sendo muito esperada pelas implicações que poderá ter no futuro político de Tony Blair. Alguns não hesitam em evocar a demissão do premier e sua eventual substituição pelo eterno adversário trabalhista, o ministro da Economia e Finanças, Gordon Brown.
Durante as audiências, acompanhadas por todo o país, como uma grande novela, o juiz Brian Hutton ouviu 74 testemunhas entre os dias 11 de agosto e 13 de outubro últimos; entre elas, Tony Blair e Geoff Hoon.
David Kelly, funcionário do Ministério da Defesa (MoD), teria sido a fonte de uma reportagem assinada por Andrew Gilligan, jornalista da BBC que acusou o governo de ter exagerado a ameaça iraquiana para justificar a guerra.
Uma semana depois de seu nome ter aparecido na imprensa, o cientista suicidou-se, na noite de 17 a 18 de julho, cortando as veias do pulso esquerdo. Esta morte teve o efeito de uma verdadeira bomba na Grã-Bretanha e mergulhou Tony Blair - já criticado por uma longa fração da opinião pública por seu apoio total ao governo conservador americano - na mais grave crise desde que ele chegou a Downing Street, em 1997.
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