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Tesouros Submersos
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
17/09/2009 | 07:00
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Divulgação


Quando o assunto é naufrágios, Rio de Janeiro e São Paulo unem forças para formar um dos maiores acervos do mundo. No Rio, o mar de Arraial do Cabo encantou Jacques Cousteau com a enorme quantidade de cavalos-marinhos, corais, esponjas e mais de 60 espécies de peixes. Das 40 embarcações naufragadas, destacam-se os navios Thetis, Herlingen e Dona Paula, dos quais o fundo do mar ainda guarda canhões, âncoras e hélices.

A baía de Angra dos Reis é outro deleite para os adeptos do snorkeling, da pesca submarina e do mergulho autônomo. A começar por Ilha Grande e os naufrágios dos galeões Aquidabã, Califórnia e Pinguino. Um dos mais belos cartões-postais da ilha, a gruta do Acaiá, também faz a festa dos mergulhadores. Para chegar à caverna é preciso seguir por um túnel submarino. Com entrada situada seis metros abaixo do nível do mar e estreito salão subterrâneo, de apenas 80 centímetros de altura, a gruta aterroriza e encanta devido à fenda por onde passam raios do sol, formando reflexos azuis-violetas em contato com a água.

PIRATAS - Não existe lugar com mais histórias de piratas e tesouros para contar do que o trecho que abrange Trindade, no Sul do Rio, e os municípios paulistas de Ubatuba, Ilhabela e São Sebastião. As águas de Ilhabela são um autêntico cemitério de navios. Tanto lá quanto nas vizinhas Ubatuba e Trindade, piratas deixaram saborosas histórias na boca de caiçaras, que carregam olhos azuis como herança e falam em tom de segredo sobre tesouros enterrados.

Uma dessas lendas fala de um navio de piratas ingleses que, após saquearem a catedral de Lima, no Peru, esconderam o ouro e a prata na garganta de uma ilha de Trindade. Muitos aventureiros esgotaram forças em busca do que seria um cobiçado tesouro asteca, mas nada foi encontrado. Outras histórias falam de sereias no Ponta do Túnel - paredão com 30 metros de altura. Mas o que parece hipnotizar mesmo os aventureiros de hoje não é o canto das mulheres-peixe, e sim os cardumes de tubarões-lixa.

Ilhabela, por sua vez, conta com 18 embarcações catalogadas, mas os moradores garantem haver mais de 100 naufrágios, alguns com louças inglesas e objetos de valor. O mais famoso deles, o espanhol Príncipe das Astúrias, afundou no começo do século 20 com 500 pessoas a bordo. Outros destaques são o navio inglês Dart, de 1884; o francês France (1906); e o brasileiro Aymoré (1920).

A explicação para tantos naufrágios seriam os muitos bancos de areia que circundam a ilha. E como os portugueses que desembarcavam escravos na Praia de Castelhanos costumavam retornar a Portugal repletos de riquezas extraídas de solo brasileiro, os piratas faziam tocaia para roubar os navios e, se necessário, afundá-los. Mas os mais místicos preferem a versão de que as bússolas, por questões sobrenaturais, se descontrolavam ao chegar perto do arquipélago.




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