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Sligo, precioso monumento irlandês
Da AJB
24/03/2005 | 19:55
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Há 4 mil anos, a região onde hoje é situada a cidade de Sligo, no noroeste da Irlanda, era habitada por caçadores que viviam pela costa do lago Garavogue e as primeiras áreas cultivadas são desta mesma época. Segundo uma lenda, eles foram derrotados 2 mil anos antes do cristianismo ser implantado, numa batalha sangrenta, por uma elite de guerreiros que contavam com ajuda de Tuatha De Danann, um deus celta. O último lugar de descanso de alguns desses guerreiros pode ser visitado no Cemitério Megalítico de Carrowmore – maior sítio megalítico da Europa –, um local imponente, com mais de 60 túmulos, sendo que o mais remoto tem 4,2 mil anos (mais antigo do que as pirâmides do Egito).

“A alma de Sligo se encerra nas pedras deste sítio”, comenta John Flint, estudioso do assunto. Elas encontram-se posicionadas em círculos que variam de poucos metros a mais de 1 km, e a partir de um deles, é possível enxergar todos os outros. Alguns estudiosos e esotéricos acreditam que essa disposição dos monumentos aproveitava a energia emitida pelas pedras, concentrando assim a energia telúrica.

“Todos estes monumentos, alinhados de uma maneira tão precisa, não pode ser mera coincidência. A julgar pela energia que nossos antepassados tinham de usar para construir seus monumentos, a recuperação deste conhecimento da energia poderia mudar o mundo”, acredita Aynglfyre’s Lair, pesquisador britânico de cultura e religiões pagãs.

Observar de perto um desses monumentos é extasiante. São como antigos guardiões, velando a terra há milênios. O primeiro registro da menção da cidade de Sligo data do ano 807 d.C., quando ela foi saqueada por vikings. Quando os normandos a recuperaram no fim do século XII, devolveram a cidade a seu povo. Maurice Fitzgerald, um anglo-normando, fez um castelo para guardar a entrada da cidade no ano de 1245. Esse castelo teve um papel importante no conflito entre irlandeses e normandos.

Em 1832, a cidade sofreu uma epidemia de cólera, matando ali mais pessoas do que em qualquer outra parte da Irlanda. Nessa época, morava ali a mãe de um garoto que se tornaria um grande e conhecido escritor. As histórias que ela lhe contava, de fabricantes de caixão batendo à porta à procura das vítimas da peste e lendas de que algumas delas eram enterradas vivas, fizeram florescer a sua jovem mente, influenciando-o na criação de um dos personagens mais conhecidos de todos os tempos. O escritor é Bram Stoker, e o personagem é Drácula.

A descrição da imagem da abadia de Carfax mencionada no romance foi diretamente influenciada pela arquitetura da abadia de Sligo, que é uma das visitas imperdíveis dessa jornada irlandesa. O local possui uma enorme profusão de esculturas em relevo, túmulos em estilos que vão do gótico à renascença, claustros bem conservados e o único altar esculpido de uma igreja monástica irlandesa do século XV que sobreviveu à inclemência do tempo. Olhando para o relevo na parede, onde um casal encontra-se ajoelhado de frente para o outro, é impossível não lembrar de uma das cenas do filme Drácula, de Coppola, onde Winona Rider olha fixamente para Gary Oldman, quando fazem um pacto de amor.




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