ouça este conteúdo
|
readme
|
Marcelo Clua foi capa da ediçao de janeiro da revista Homem, do Rio de Janeiro, ao lado de outro modelo. Ele identificava-se na publicaçao com nome falso - Michael Dias - e dizia ser "personal trainer", e nao policial do Batalhao de Missoes Especiais (BME) da PM mineira.
Mesmo assim, a amiga de um colega de farda viu a revista reconheceu o policial e o denunciou ao comandante do BME, o tenente-coronel José Sebastiao Alves Aguilar.
O oficial determinou abertura de inquérito administrativo pelo Conselho de Disciplina, que concluiu que a atitude de cabo era incompatível com a funçao exercida.
Ele foi enquadrado no artigo 76, inciso 3º ,que veda aos membros da corporaçao "qualquer ato que afete a honra, o pudor militar ou o decoro da classe".
"Quero meu emprego de volta e vou à Justiça Comum porque, em nenhum momento, expus a Polícia Militar a constrangimentos, tanto que usei codinome e me apresentei com outra atividade profissional", afirmou o ex-cabo.
Marcelo Clua, que atualmente trabalha como instrutor de ginástica em uma academia da zona norte de Belo Horizonte, e faz shows de strip-tease em uma boite da zona sul, chamada Clube das Mulheres, quer ver reconhecidos seus direitos de fazer o que bem entender, nas horas vagas.
"Se o Vavá, do grupo de pagode Karametade, e o Vampeta, do Corinthians, puderam posar nus, por que eu nao posso?", questiona o ex-policial, que chegou a ficar detido no BME por cinco dias, durante o inquérito. "Fui vítima de puro preconceito", afirma.
Marcelo Clua, cujo caso assemelha-se ao do ex-goleiro sao-paulino Roger José Noronha da Silva - dispensado da equipe pelo entao técnico Paulo César Carpegianni após fazer fotos para uma revista gay -, recebia na PM cerca de R$ 600,00 mensais. Apenas com as apresentaçoes no Clube das Mulheres, três ou quatro vezes por semana, dobrava o salário. "Mas isso nao tem nada a ver com dinheiro; quero é voltar a ser policial porque tenho orgulho da profissao", ressaltou.
De acordo com o tenente-coronel Aguilar, no entanto, a exclusao do cabo nao deverá ser revista. "Nao se trata de preconceito em relaçao a opçoes sexuais ou mesmo a fotos de nus", disse. "O problema foi a postura que ele assumiu, que consideramos insubordinaçao", completou.
Para o oficial, um policial militar é diferente de um bancário ou um profissional liberal, por exemplo. "Devemos satisfaçao à sociedade 24 horas por dia, trabalhando ou nao, já que cobramos dela comportamento correto".
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.