As mães de Beslan recebidas nesta sexta-feira em Moscou por Vladimir Putin afirmaram que o presidente russo sentia culpa pelos acontecimentos e que prometeu buscar a verdade sobre a tomada de reféns e punir os culpados, e elas acreditaram.

"O presidente convive realmente com um sentimento de culpa pelo que se passou", declarou a porta-voz do Comitê de Mães de Beslan, Soussana Doudieva, pouco após retornar a Beslan de avião.

"Putin disse que nós veremos as mudanças". "Nós o olhamos nos olhos e acreditamos nele", afirmou Doudieva para a imprensa.

O tom de voz era muito mais moderado do que na véspera do encontro, quando ela anunciou que iria dizer ao chefe de Estado que o considerava culpado pelo fracasso do caso, com o Estado permitindo, no princípio, e de certa forma, a tomada de reféns e que depois partiu para uma solução que levou ao massacre.

Doudieva declarou que a conversação, que durou cerca de três horas, foi estressante, tanto para elas como para o presidente russo.

"Para muitas questões, ele disse francamente que não havia respostas. Para outras, concernentes principalmente ao número de reféns, ele admitiu que havia desinformação".

Segundo Soussana Doudieva, Vladimir Putin também disse não possuir todas as informações relacionadas ao uso de tanques e de granadas incendiárias durante o ataque, mas que exigirá a verdade.

Alguns moradores de Beslan estimam que estas granadas foram usadas no começo do ataque e queimaram o teto do ginásio que, desabando, matou um grande número de reféns.

"O presidente nos disse que passou a ter uma visão mais clara das coisas após a conversa", declarou Doudieva. "Nos próximos dias ele vai se interessar em todas essas questões".