O juiz chileno Carlos Cerda concedeu nesta sexta-feira liberdade condicional para a viúva do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, Lúcia Hiriart, seus cinco filhos e outros 16 detidos na quinta-feira acusados de malversação.

A medida inclui 22 das 23 pessoas que foram detidas na véspera, entre elas a viúva do ex-ditador e seus cinco filhos, além de 17 assessores próximos ao ex-ditador. O único não incluso na lista foi o testamenteiro de Pinochet, Oscar Aitken, que não se apresentou aos tribunais.

"Determinei a prisão na véspera porque a lei assim o exige, mas hoje considerei que não existem elementos para manter a prisão destas pessoas, e adotei a decisão de libertá-las", destacou Cerda.

A decisão partiu diretamente do juiz, que não consultou a Corte de Apelações de Santiago, que deverá analisar a medida neste sábado, afirmou uma fonte judicial. A família do ex-ditador apresentou um pedido de 'habeas corpus', mas a decisão do juiz Cerda não é baseada neste recurso, que será analisado pela Corte de Apelações.

Caso a Corte de Apelações acate a decisão do juiz Cerda ou o pedido de 'habeas corpus', o grupo será libertado de forma imediata.

A viúva do general Pinochet permanece detida no Hospital Militar de Santiago, seus filhos Augusto e Marco Antonio Pinochet Hiriart estão no centro penitenciário Santiago 1, e as filhas Lucia, Maria Veronica e Jacqueline Pinochet Hiriart aguardam na prisão de mulheres conhecida como Centro de Orientação Feminino.

Além dos familiares do general, foram presos por malversação dois coronéis da ativa; a ex-secretária pessoal de Pinochet, Mónica Ananías; o porta-voz do ex-ditador, general da reserva Guillermo Garín, e o advogado Gustavo Collao (militar da reserva), entre outros.