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BNDES descarta agência no ABC
Marcelo Mazuras
Da Redaçao
21/10/2000 | 20:26
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   José Mauro Carneiro da Cunha, vice-presidente e diretor da área industrial do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), declarou que o banco nao vai instalar um escritório no Grande ABC, uma das reivindicaçoes da Câmara Regional. O assunto ganhou força na semana passada, após o anúncio do empréstimo de R$ 900 milhoes para a reestruturaçao da fábrica da Volkswagen, em Sao Bernardo.

"Nao temos escritórios regionais, por isso, o atendimento no Grande ABC continua com os agentes financeiros, para valores até R$ 7 milhoes, e com os escritórios de Brasília, Sao Paulo, Rio de Janeiro e Recife, quando esse limite for ultrapassado", disse Cunha.

A estratégia do banco é oferecer suas linhas de financiamento por meio da rede dos agentes financeiros, com taxas iguais às do BNDES. O banco deve fechar este ano liberando R$ 24 bilhoes em linhas de crédito de longo prazo. Cerca de 60% desses recursos foram destinados ao setor industrial.

Ao anunciar o plano de metas do banco para os próximos cinco anos, o presidente Fernando Henrique Cardoso pediu atençao especial aos pequenos e microempresários. A distância deles dos cofres do BNDES é justificada pelo vice-presidente como falta de informaçao do segmento. "Estamos realizando um trabalho de divulgaçao junto a associaçoes empresariais de classe para que todos tenham acesso às informaçoes sobre nossas linhas."

Na avaliaçao de Cunha, o Grande ABC é "extremamente bem visto" pela direçao do banco, tida pelos empresários como muito rigorosa na liberaçao de recursos. "Como o BNDES nao opera com linhas de curto prazo, é natural que todos os processos sejam analisados com cuidado, o que pode resultar em uma eventual demora, mas nunca em rigor específico contra essa ou aquela regiao do país."

Para o presidente do banco, Francisco Gros, o Grande ABC será foco especial da atençao da entidade, empenhada em combater o desemprego. "O banco cumpre seu papel social ao financiar ampliaçoes e reestruturaçoes de empresas, pois isso gera e mantém empregos", concluiu.

A disputa pelos recursos do banco, que é um dos pilares do financiamento da indústria, sempre rendem algumas farpas com conotaçoes políticas. Durante a assinatura do contrato entre o BNDES e a Volkswagen, na última quinta-feira, no Palácio dos Bandeirantes, o governo Mário Covas nao perdeu a chance de alfinetar o presidente do banco. Ao comentar o acordo, que classificou como "muito feliz", Covas discursou: "Pena que nao tenha sido tao bom quanto o feito na Bahia, mas acho que foi uma questao de falta de prestígio do governador daqui", brincou. A referência é feita ao empréstimo concedido à Ford para sua planta na Bahia. Gros sorriu amarelo.




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