Política Titulo
'Repasse para ONG é irresponsabilidade'
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
09/05/2010 | 07:12
Compartilhar notícia


O projeto de autorização do repasse de R$ 420 mil ao Instituto Ação e Reação Nove de Julho, de autoria do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), não tem condições de ser votado. A avaliação é do líder do governo na Câmara, Tião Mateus (PT). "O repasse para essa ONG é irresponsabilidade. Não temos informação nenhuma sobre ela", analisa.

A propositura que avaliza o Executivo a conceder o subsídio tramita no Legislativo desde o ano passado. Mas não entra na pauta porque não há consenso entre a própria bancada de sustentação, maioria na Casa.

A polêmica paira sobre a existência ou não do instituto na cidade. Com sede na Capital, a entidade teria filial em São Bernardo, à Rua Piracicaba, 61, no Rudge Ramos. Em dezembro, o Diário constatou que o imóvel estava vazio há mais de um ano.

E, no dia 6, a reportagem voltou ao local e foi informada pela pessoa que atendeu no portão que tratava-se de residência comum. O Ministério Público, inclusive, abriu investigação preventiva - por enquanto não há indícios de irregularidade, segundo a promotoria.

"Já conversamos entre os 13 vereadores da base e não há possibilidade de esse projeto prosperar. A instituição não tem trabalho na região nem em São Bernardo. Nós, como Poder Legislativo, não podemos autorizar aporte de quase R$ 500 mil nessas condições", discorre Tião Mateus. "Não tem a mínima condição de ser votado."

O presidente da ONG seria Edivaldo Pereira Alves, o Edy Rock, rapper do Racionais MC's, que apoiou a candidatura de Luiz Marinho em 2008. Indagado sobre o fato de a parceria entre a Prefeitura e o instituto ser em decorrência da adesão, há dois anos, o vereador é enfático. "Temos que entender que é dinheiro público. Para receber recursos tem de fazer trabalho na cidade, seja educacional, ambiental, social... Do jeito que está não tem cabimento."

A administração ressalta que o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), de onde sairia a verba, aprovou o plano de atuação da ONG na cidade. Mas o próprio conselho afirmou que o repasse não foi discutido.

Segundo projeto de lei que está na Câmara, o Instituto Ação e Reação Nove de Julho promoveria atividades socioeducativas, culturais e de lazer em horário diferente ao das aulas dos estudantes de 7 a 17 anos da cidade.

"Em São Bernardo existem outras entidades que têm mais respaldo para fazer esse trabalho. Somos fiscais do povo e estamos atentos. No Legislativo não temos nenhum conhecimento sobre a atividade da ONG", completa Tião.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;