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Plano de negócios é a alma da micro e da pequena empresa
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
07/03/2010 | 07:05
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Em 1997, Marcelo Tristão perdeu o emprego na área administrativa da Saúde e entrou no setor de comércio. Com incentivo da família, ele passou de porta em porta, em São Bernardo, vendendo presentes, cujos preços chegavam a R$ 10. Durante dois anos ele correu pelos bairros da cidade e fez poupança, que foi aplicada em seu sonho. "Sempre quis ter um café ou empresa parecida."

Com pouco capital para investir e orientação do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), ele realizou o sonho abrindo a lanchonete Azul Banana, dentro de uma instituição de ensino infantil. Mas não aconteceu de uma hora para outra. Mesmo com dinheiro na mão, ele precisou elaborar um planejamento para não quebrar. "Passei um mês fazendo cursos, nos três períodos no Sebrae. Só aí entrei no negócio", conta. Hoje, ele mantém, além da lanchonete, um restaurante em uma universidade e uma fábrica de salgados.

De acordo com a analista do Sebrae de Santo André Dulcimara Nunes Cordeiro, "não adianta ter apenas o dinheiro, mas sim planejar tudo antes e depois investir".

Ela explica que existem vários passos antes de pensar no dinheiro que será injetado. "Tem de saber como você quer começar a loja, onde, para quem vai vender, quem são os concorrentes e muito mais", alerta.

Conforme Dulcimara, o plano de negócio levanta algumas dúvidas para o pequeno empreendedor, como o ramo de atividade e o conhecimento no assunto, a localização da loja, o mercado consumidor e quem serão os fornecedores. "Se, por exemplo, a pessoa já é do ramo e conhece alguns fornecedores, as chances de melhores negociações aumentam", afirma.

O pequeno empreendedor também deve atentar para o futuro mercado concorrente, o toque diferencial para a sua empresa, a administração e o operacional e, por fim, pensar no quanto será investido. "Se o capital for menor do que o necessário, será preciso fazer cortes no plano de negócios para se adequar", explica Dulcimara.

RETORNO - Uma empresa se torna saudável e lucrativa quando o investimento retorna. De acordo com o analista do Sebrae de Santo André José Roberto Rodriguez Silva, é desejável retorno entre 24 e 36 meses. "Mas algumas empresas ultrapassam esse período e estão muito bem", diz. Este é o caso de Tristão, cujo capital investido na lanchonete, em 1999, retornou mais de três anos depois. "Não completei a faculdade. Fiz três anos de Administração. Lá, não aprendi nada como aconteceu nos cursos do Sebrae." Hoje, ele emprega 19 funcionários.




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