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Ministro diz que Bornhausen não tem autoridade para criticar Lula
27/08/2005 | 19:38
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O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, desqualificou neste sábado, em Curitiba, o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), que na sexta-feira havia feito pesadas críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ele dispõe de pouca autoridade para esse tipo de crítica", disse o ministro, após discorrer sobre a trajetória política "de direita" do senador. "Lula é sério", acentuou.

Apoiando Raul Pont para a presidência nacional do PT, Rossetto defendeu a democratização interna do partido e um projeto claro para o país. "Não podemos aumentar o distanciamento entre a cúpula e a militância", pediu. "Alguns dirigentes cometeram erros graves, mas o PT é maior que isso". Segundo ele, o governo tem tratado as denúncias com o rigor que merece e mais de 50 pessoas foram afastadas desde o início da crise.

Mais tarde, na Lapa, a cerca de 70 quilômetros de Curitiba, onde participou da inauguração da Escola Latino-americana de Agroecologia, no Assentamento Contestado, Rossetto disse que em nenhum momento passou por sua cabeça a possibilidade de as denúncias de corrupção que pipocam a cada dia alcançarem seu ministério. "Estamos trabalhando com muito rigor, muito respeito aos recursos públicos e há um controle muito grande em todos os nossos investimentos e nossas ações."

O coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), João Pedro Stédile, também presente à solenidade, ressaltou no entanto que a questão central da crise não é de ética ou de corrupção, mas da manutenção por parte do governo da política econômica neoliberal. "O que nos deixa perplexos é que o Palácio do Planalto demonstra não ter consciência disso e reduz (a crise) a apenas denuncismo"’, afirmou.

Stédile voltou a cobrar ações do governo para a reforma agrária que, segundo ele, está mais lenta ainda nos últimos três meses, em razão da crise política. "O governo está em dívida conosco", disse. E voltou a alfinetar Lula. "O governo Lula se gaba de ter ética, então que honre o compromisso assinado na marcha realizada em março", afirmou.

Segundo ele, os quatro principais pontos reivindicados na época ainda não foram atendidos: recursos para a reforma agrária, compromisso de assentar 115 mil famílias, prioridade para os acampados e a edição da portaria com índices de produtividade. "Nós exigimos, senão vai ter ocupações", ameaçou.

Rossetto, no entanto, negou imobilização. "A reforma agrária não está parada", garantiu. "Nós estamos trabalhando seguindo as diretrizes do Segundo Plano Nacional de Reforma Agrária, superando desafios e avançando dentro de nossas metas". Segundo ele nos dois anos e meio de governo mais de 164 mil famílias tiveram acesso à terra e 71% dos assentados passaram a dispor de assistência técnica.




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