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Anfavea quer reduzir jornada de trabalho em montadoras

Proposta entregue ao governo no fim do ano visa evitar cortes em massa durante crise

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
24/04/2015 | 07:12
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Celso Luiz/DGABC


A indústria automobilística cobra do governo federal celeridade na aprovação do PPE (Programa de Proteção ao Emprego). A proposta foi apresentada no fim do ano passado por centrais sindicais ao Ministério da Fazenda e permite redução da carga horária e de salários por tempo determinado em momentos de crise econômica. Outra reivindicação é para que a União implemente medidas de estímulo à renovação da frota de caminhões.

Em evento na manhã de ontem na Capital, o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan Yabiku Junior, reconheceu que há excedente de pessoal na indústria automobilística e afirmou que o PPE seria uma maneira de adequar a produção à baixa nas vendas sem demitir. “Nossa proposta é para que a legislação permita redução na jornada de acordo com a queda da demanda.”

A diminuição nas horas trabalhadas também acarretaria redução salarial, o que provocou críticas de centrais sindicais mais radicais e até de setores da CUT (Central Única dos Trabalhadores), apoiadora do projeto. O programa prevê que a medida só poderá ser adotada em momentos de retração econômica, e depois de aprovação em assembleia da categoria afetada. Outro item determina que não podem ser cortados mais de 30% da renda do empregado.

Atualmente, para adequar a produção sem cortar vagas, as fábricas optam por ferramentas como férias coletivas, banco de horas, licença remunerada ou lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho).

Yabiku Junior estima que o programa deverá ser criado nos próximos meses. “(A tramitação) Já está em análise em vários ministérios, como da Casa Civil, Trabalho, Fazenda e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Esse mecanismo de proteção ao emprego permitirá, com segurança jurídica, ajuste no nível de produção e manutenção do quadro de pessoal.” O presidente da Anfavea não divulgou números sobre o excedente no setor.

Diante da crise, a expectativa da associação é de que as vendas de veículos tenham recuo de 13,2% em 2015. Entretanto, o executivo prevê aumento para os próximos meses. De janeiro a março, o mercado interno apresentou queda em torno de 17%. Portanto, as vendas médias dos próximos nove meses representarão redução no ritmo de retração sobre as do primeiro trimestre.

Yabiku Junior avalia possibilidade de melhora no cenário após a efetivação do ajuste fiscal prometido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “Com a aprovação, saberemos qual é o cenário que estaremos trabalhando e teremos mais tranquilidade para investir e trazer o consumidor de volta.”


Setor estimula vendas por consórcio

Entidades ligadas à produção e vendas de veículos assinaram ontem termo de entendimento para estimular a comercialização de unidades automotivas por meio de consórcio. A ação, batizada de Festival do Consorciado Contemplado, tem participação da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios). A ação ocorrerá entre 1º de maio e 15 de junho.

Segundo o presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi, cerca de 240 mil consorciados já foram contemplados com crédito no Brasil, mas ainda não retiraram os veículos. Desse total, 225 mil são da categoria leve e o restante de comerciais pesados. Participarão da primeira edição as empresas Audi, DAF, FCA (Fiat Chrysler Automobiles), Honda, Caoa, Iveco, GM, MAN, Scania, Toyota e Volkswagen.

A ação consistirá em oferecer vantagens para que o consorciado contemplado retire o veículo. Não foram informadas as condições que serão apresentadas pelas concessionárias. O presidente da Anfavea, Luiz Moan Yabiku Junior, afirma que cada empresa tem liberdade para escolher os atrativos, o que, segundo ele, estimula a concorrência entre as companhias. 




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