Política Titulo Greve no funcionalismo
‘Fantasmas’ do governo Mário Reali assombram gestão Lauro Michels

Crise da Saúde e greve no funcionalismo voltaram à tona em Diadema; fatores iniciaram derrocada do petista em 2012

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
22/04/2015 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


O balanço do governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), aponta para cenário similar ao de seu antecessor, Mário Reali (PT), que também no penúltimo ano de sua gestão se viu acuado após sucessivos problemas na área de Saúde e greve do funcionalismo público. No primeiro ponto, o verde enfrenta maior fragilidade, sofrendo com exaustivas críticas por dificuldades estruturais em equipamentos, falta de médicos e rejeição à política implantada pelo titular da Pasta, o ex-prefeito José Augusto da Silva Ramos (PSDB). Diversos profissionais pediram demissão ao alegar ingerência do tucano.

Com os servidores, Lauro convive com o oitavo dia de paralisação, depois de não conseguir consenso em torno da proposta de reajuste salarial. Enquanto a classe reivindica 11% de acréscimo, o chefe do Executivo ofereceu 3,5%.

Em 2011, quando iniciou-se a metade final da gestão Reali, complicações com a Saúde afloraram, principalmente por conta de ineficiências no atendimento do setor. O Quarteirão da Saúde, tão propagado pelo petista na campanha de 2008, não evitou os gargalos no município. Eram constantes também as reclamações de profissionais da área, especialmente em termos salariais. Com o funcionalismo, perdurou greve de 31 dias, sendo interrompida depois de proposta de mediação feita pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

Os obstáculos amargados por Reali foram as principais armas políticas usadas por Lauro na campanha de 2012. Na ocasião, o verde inflamou discursos ao apontar fragilidade da administração petista. A tática deu certo, uma vez que triunfou no segundo turno da eleição, interrompendo hegemonia do petismo, que vinha de seis gestões no município.

ARGUMENTO
A despeito dos impasses na Prefeitura, Lauro afirma que a crise econômica tem sido ‘maior adversário’. Contrário ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o chefe do Executivo entoa críticas à nova política imposta pela União. “Estamos enfrentando um momento de grave situação financeira, o que vem impedindo muitas realizações em nossa gestão. Esse modelo de governo do PT enfraqueceu todas as prefeituras”, justificou Lauro, citando que congelou 30% da peça orçamentária deste ano.

Em relação à greve dos servidores, o prefeito é enfático em caracterizar o movimento como político, afirmando que a paralisação poderia “perdurar pelo ano todo”. “O trabalhador de bem está colaborando e entendendo a situação. Essa greve é política e, por isso, não teve adesão”, complementou ele, não descartando recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho por intervenção. 




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