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Dilma recusa convite para explicar acusações
20/09/2010 | 07:52
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A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou ontem que não aceitará qualquer convite do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para explicar, no Congresso, acusações de tráfico de influência na Casa Civil.

"Convite do senador Álvaro Dias eu não aceito nem para cafezinho", devolveu Dilma.

Na tarde de ontem, Dias cobrou explicações da candidata sobre a denúncia de que haveria esquema de cobrança de propina na Casa Civil, conforme reportagem da revista Veja deste fim de semana. "Alguém pode se dispor a ser presidente da República e não enxergar um propinoduto instalado a um palmo de seu nariz, um balcão de negócios?", provocou o senador.

Dilma disse que o tucano não está fazendo um convite, mas, sim, tentando criar mais um factoide. "O senador Álvaro Dias tenta, sistematicamente, tumultuar essas eleições."

Antes de participar de cortejo de carros em Ceilândia, no Distrito Federal, Dilma negou irregularidades na Casa Civil e garantiu nem sequer conhecer Vinícius de Oliveira Castro, o assessor da pasta que acabou demitido na segunda-feira, no rastro do escândalo envolvendo Erenice Guerra, sucessora de Dilma, Erenice também caiu. "Ele (Vinícius) era da confiança dela, não da minha", afirmou Dilma. "Não nomeei esse senhor, nem o conhecia. Ele não era meu assessor."

Segundo reportagem de Veja, Vinícius recebeu um envelope pardo contendo R$ 200 mil, em junho de 2009, dentro da Casa Civil. A revista afirma que o dinheiro era parte da propina que a Casa Civil teria recebido após a compra do medicamento Tamiflu, usado no tratamento da gripe suína. O remédio foi comprado sem licitação, em caráter emergencial, ao custo de R$ 34,7 milhões.

Dilma afirmou que todo ministro ou ex-ministro da Saúde sabe que processos licitatórios da área nada têm a ver com a Casa Civil". Era referência ao candidato do PSDB, José Serra, que foi ministro da Saúde de 1998 a 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso. Ontem, Serra disse que "se Dilma sabia (da corrupção) é crime; se não sabia não é boa administradora".

"O Tamiflu é fornecido por um único laboratório internacional. A negociação foi feita entre o Ministério da Saúde e a direção do laboratório. O preço foi reduzido em 76% e a Casa Civil não tem qualquer vinculação com processos licitatórios da Saúde", argumentou Dilma.

Durante a carreata ao lado do candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, Dilma também tratou do assunto. "Não vamos deixar que o desespero deles (oposição) contamine a nossa campanha", afirmou.




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