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Perigos da vaidade
Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
09/05/2010 | 07:15
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Você já deve estar cansada de ouvir falar sobre os riscos que alguns procedimentos de beleza podem causar, não? E não se trata apenas de estragar o cabelo ou irritar a pele. O acidente pode ser fatal. Por isso, é preciso insistir no tema, porque algumas tragédias reforçam sua importância.

No fim de abril, uma jovem de 21 anos foi encontrada morta em Petrolina, sertão de Pernambuco, no chão do banheiro. Ela usava a chapinha e levou um choque. O chão estava molhado e a menina, descalça. Outro caso recente foi a morte de uma garota de 12 anos, em Paulista, no Recife, que usava babyliss também no banheiro de casa.

O manual de instruções de chapinhas, babyliss, secadores e maquininhas de depilar - ou outro aparelho elétrico - alerta para o perigo de usá-los no banheiro ou em outro ambiente com umidade. Tudo bem que é mais prático utilizá-los ali, por causa do espelho, mas não é recomendado.

De acordo com Jacques Krause, diretor técnico da Mondial, as empresas idôneas devem fabricar os produtos com dupla proteção contra choques elétricos, como determina a norma IEC, atestada pela Comissão Eletrotécnica Internacional. Mesmo assim, é preciso ter cuidado. "Acidentes também ocorrem pelo uso indevido sem o usuário se preocupar com a segurança. Por isso é importante seguir à risca o manual de instruções."

Entre as principais recomendações estão não usar secador ou chapinha em cabelos muito molhados, para que a água não escorra no aparelho; deixá-los longe de pias, chuveiros e banheiras; evitar piso molhado e pé descalço e seu manuseio entre crianças. Além disso, é preciso ficar atento ao seu estado. "Produtos com o cabo do plugue ou o próprio plugue danificados ou substituídos indevidamente aumentam as chances de um acidente", explica o diretor.

Outros sinais que podem indicar que há algo errado são o aparelho não ligar nem desligar, não aquecer ou aquecer muito, ter folgas por causa de quedas ou mau uso. O equipamento também não deve ser utilizado quando o cabo do plugue ou o próprio plugue apresentar sinais de aquecimento excessivo, fios desencapados ou mau contato com a tomada. Nunca ligue mais de um aparelho na mesma tomada.

Pé descalço e água facilitam o choque
Os materiais estão divididos em dois tipos: condutores - que conduzem eletricidade, como metal e água - e isolantes - que dificultam sua passagem, como plástico, borracha, madeira e vidro. O choque ocorre porque o corpo se comporta como condutor, permitindo a passagem da corrente elétrica. "Mas a eletricidade só causa morte quando o choque vai da cabeça aos pés e passa pelo coração, como ocorreu com a jovem de Pernambuco", explica o professor de Física Pierluigi Piazzi. Os pés descalços e o chão molhado fizeram a eletricidade percorrer todo o corpo sem que houvesse um material para isolá-lo, como chinelo de borracha. Quando a energia passa pelo coração faz o órgão parar, levando à morte. Fique longe de materiais condutores enquanto manuseia aparelho elétrico. (Nayara Fernandes)


Produtos químicos também são perigosos
Os produtos químicos também devem ser manuseados com muito cuidado, seguindo a orientação do manual. No caso de tintura para cabelo, por exemplo, recomenda-se fazer teste de alergia de 48 horas e não usá-lo se apresentar reação ou o couro cabeludo estiver machucado. Algumas marcas, inclusive, alertam que se você já fez, mesmo que uma única vez, tatuagem de henna preta, provavelmente, corre o risco de ter se tornado alérgico sem saber.

Cada organismo reage de um jeito. "Nenhuma química ou remédio está livre de provocar alergia ou algo mais grave, mesmo que tenha sido usado antes", explica Francisco Le Voci, dermatologista e coordenador do Ambulatório do Cabelo da Faculdade de Medicina do ABC. O uso de antibióticos e anti-inflamatórios também pode interferir na hipersensibilidade da pessoa. "Há casos em que a alergia aparece dias depois. É preciso ficar atento."

De acordo com o médico, no caso de clareadores de pelo é preciso ficar ainda mais atento. "Nada de receitas caseiras e de jeito nenhum faça isso ao sol. Recomenda-se voltar a se expor só depois de 72 horas. O corpo precisa descansar da química." Como saber, então, se pode usar o produto? "É preciso tirar as dúvidas com o dermatologista. Só ele vai saber sobre sua pele. Também recomenda-se não exagerar na dose nem fazer os procedimentos em casa, sozinho."

Outra recomendação é nunca deixar o produto escorrer nos olhos nem atingir machucados e mucosas.




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