Política Titulo Apreensão
Vereadores infiéis são notificados

Dos 18 que trocaram de partido, seis podem perder mandatos na Justiça

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/01/2012 | 07:53
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O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo está em fase de processo de notificação aos vereadores infiéis. No Grande ABC, dos 18 casos de parlamentares que trocaram de partido - sem contar os que migraram para legendas recém-criadas - durante o atual mandato, seis estão na mira do Ministério Público Eleitoral e correm o risco de perder o cargo eletivo por infidelidade partidária. Entre eles, três de São Caetano: Gilberto Costa (PTB), Paulo Pinheiro (PMDB) e Maurílio Pompilio (PPS).

O MPE comunicou a mudança de sigla à Procuradoria Regional Eleitoral, que responderá pelo andamento dos processos. Os vereadores terão tempo para justificar a saída para tentar escapar da cassação, uma vez que a Justiça impede a movimentação dentro do mandato. Em virtude de período para recurso, ainda não há prazo estipulado para julgamento final.

Licenciado da Câmara após assumir a Secretaria de Esportes e Turismo, Gilberto recebeu o comunicado oficial dia 16. Ele, que trocou o PP pelo PTB, sustentou que vai protocolar a defesa junto à Justiça na segunda-feira, mas garante estar tranquilo quanto à decisão em função de, segundo ele, o partido ter descumprido com o estatuto. "Sofri discriminação política. O presidente estadual da legenda (Paulo) Maluf alterou duas vezes a direção e sequer me procurou, mesmo eu sendo vogal, o único com mandato."

No caso de Paulo Pinheiro, que saiu do PTB rumo ao PMDB, o juiz determinou o despacho para citação, porém o peemedebista alegou que, até ontem, não teve acesso ao comunicado. "Talvez por causa do recesso do Fórum houve uma demora. De qualquer forma estou fazendo minha defesa. A Justiça vai definir se a queixa tem fundamento. Estou confiante", justificou o vereador que, apesar de evitar expor os argumentos da ação, vai alegar perseguição interna.

O juiz-relator do TRE Flávio Yarshell assinou o comunicado para Maurílio dia 13. Governista, ele migrou do PV para o PPS dentro do processo de fortalecimento do partido comandado no âmbito regional pelo deputado estadual Alex Manente - aliado do prefeito José Auricchio Júnior (PTB) -, seguindo a linha dos verdes que abandonaram a sigla com a falta de espaço deflagrada com a saída de Marina Silva.

Nos três outros casos, os alvos são os vereadores Talabi Fahel e Edmilson Cruz, ambos de Diadema, e Pastor Ivanildo de Santana, de São Bernardo, cujos processos estão em tramitação na Justiça Eleitoral. Talabi, que se afastou do PSC para o PR, afirmou que tem como comprovar que foi expulso da ex-agremiação. "Nunca pedi para sair do PSC. Estou tranquilo e sei que disputarei a eleição pelo PR."

OUTRAS TROCAS
Há mais 12 vereadores que, apesar de não viverem a mesma condição, migraram de partido. Márcio da Farmácia e Lauro Michels, de Diadema (ambos no PV); Estevão Camolesi (PPS) e Miranda da Fé (DEM), de São Bernardo; Alberto Betão Pereira Justino (PTdoB), Edgard Grecco (PMDB), Irmão Ozelito (PTB), Atila Jacomussi (PPS) e Cincinato Freire (PDT), de Mauá; Ailton Lima (PTB), de Santo André; Saulo Benevides (PMDB), de Ribeirão Pires; e Marilza de Oliveira (PTB), de Rio Grande da Serra.




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