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Crianças soropositivas sofrem preconceito na Rússia
Da AFP
25/11/2005 | 20:24
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Das 21 mil crianças nascidas com o vírus HIV na Rússia, pelo menos duas mil foram abandonadas, disse nesta sexta-feira Yevgeny Voronin, chefe clínico do Hospital de São Petersburgo para doenças infecciosas, que criticou a relutância dos russos em adotá-las.

“As pessoas têm preconceito contra as crianças soropositivas. Apenas cinco destas duas mil crianças abandonadas foram adotadas nos últimos anos", disse Voronin em entrevista coletiva. Segundo números oficiais há cerca de 330 mil pessoas vivendo com o HIV no país, das quais 50 mil têm entre 15 e 19 anos.

Voronin afirma que o maior empasse para a adoção não é financeiro, mas sim a acomodação dessas crianças soropositivas em uma sociedade hostil. Segundo Voronin, os russos "condenam as crianças soropositivas à solidão".

Seu hospital, um centro especializado no tratamento da Aids, cuida de 40 pacientes com idades entre 18 meses e 17 anos, enquanto centenas de crianças soropositivas chegam de todas as regiões da Rússia para se tratar ali.

O vice-ministro russo da Saúde, Vladimir Starodubov, admitiu no último dia 14 que no país "o maior problema é a atitude do público frente aos soropositivos". Outro agravante criticado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) é o fato de que em 10 regiões russas nenhuma criança com HIV foi admitida em jardins de infância.

De acordo com um relatório publicado pelas Nações Unidas na segunda-feira, a Rússia tem o maior número de pessoas com HIV na Europa, mas menos de 10% dos infectados recebem tratamento com anti-retrovirais.



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