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Sambódromo do Anhembi recebe público recorde
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
23/02/2009 | 07:02
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A última noite de desfiles do Grupo Especial das escolas de samba de São Paulo foi de luxo e grandiosidade. O Anhembi, que já parece pequeno, recebeu público recorde na história dos carnavais paulistanos (30 mil pessoas passaram pelo sambódromo).

A primeira apresentação inseriu com brilho a periferia no centro do mundo do samba. Veio com a atriz Regina Casé exaltando o cotidiano dos bairros afastados e suas peculiaridades na Leandro de Itaquera. É um pouco da vida de Glauce Santana, que começou no Carnaval "pelas beiradas". Entrou criança, cresceu e, mesmo assim, se mantinha anônima, até ganhar o merecido destaque pela beleza inquestionável. "Já toquei surdo, mas hoje sou passista de ouro", disse, com propriedade.

O enredo da Pérola Negra - que falou sobre a Índia - renderia novela, se já não fosse. Em um enredo que poderia ser classificado como um samba do hindu doido, a escola se sustentou nas belas fantasias.

A presidente da Mocidade Alegre, Solange Cruz Bichara Rezende, tentava botar ordem nas alas da escola com gritos e muita emoção. A agremiação se apropriou de uma lenda egípcia para explicar que a razão mora em um órgão sempre associado aos sentimentos: o coração. A apresentação foi impecável.

Comentarista e ex-jogador de futebol, Caio Ribeiro, que esteve na Acadêmicos do Tucuruvi, até tentou falar sobre a primeira vez no Carnaval paulistano, mas foi marcado de perto por um torcedor da Gaviões da Fiel na concentração. "Só espero que pare por aqui, e que não pegue no meu pé quando entrar na avenida", disse, brincando o ex-são-paulino (e santista, botafoguense, entre outros).

A Gaviões entrou em campo depois, trazendo a roda como tema e elegendo Ayrton Senna da Fiel como alguém que sabia dominá-la como ninguém. Horas antes, o ex-jogador Biro-Biro também participava de uma roda, mas de amigos. "É bom, já vou me animando." Ele viu a escola fazer um desfile luxuoso.

O comerciante Willians Batista Carvalho, 57 anos, se emocionou com a Vai-Vai. A agremiação falou de saúde e trouxe alegria às arquibancadas. "E o que é alegria se não saúde?", perguntava, enquanto as passistas sambavam.

Quem fechou o desfile foi a Império de Casa Verde. Mais precisamente o tigre de 55 metros de comprimento e 13,5 metros de altura, que celebrou os 15 anos da escola. A alegoria pode entrar para o livro dos recordes como a maior da história. Rugindo e soltando balões pela boca, a escultura caminhou pela pista ao amanhecer, arrastando serpentina, papel picado e a energia de quem ainda insistia em sambar.




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