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Dia das Mães aquece venda de flores
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
07/05/2011 | 07:30
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Nario Barbosa/DGABC


O otimismo dos varejistas para o Dia das Mães, impulsionado principalmente pela estabilidade do emprego e o aumento do poder de compra, se reflete também no comércio de flores. Para a data em que mais se vende o item no ano - seguido pelo Dia dos Namorados e Finados -, os floristas esperam, em média, comercializar 20% mais do que no mesmo período em 2010.

A expectativa de crescimento só não é mais expressiva por conta do aumento nos preços das flores. Um maço com 30 botões de rosa no Ceasa do Grande ABC, localizado na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), está custando R$ 20 - no Dia das Mães do ano passado, saía por R$ 12, alta de 66%.

O mesmo ocorre com as orquídeas, também muito procuradas na data. Uma caixa com quatro vasos passou de R$ 80 para R$ 100. A begônia, de R$ 40 foi para R$ 50. Nem as tão populares violetas escaparam do reajuste; uma caixa com 15 vasos subiu de R$ 20 para R$ 28 em um ano.

Dentre os motivos alegados por floricultores, estão, além da inflação, que está deixando tudo mais caro; as intempéries climáticas, desde o começo do ano tem chovido bastante e, em períodos em que era para fazer sol, faz frio, e vice-versa. "Isso gera diminuição no fornecimento de flores. Sem contar que não houve a mesma variedade do ano passado. Não recebemos lisiantos e a diversidade de rosas caiu muito", conta a proprietária de uma floricultura em São Bernardo, Maria da Graça Albuquerque. "Um dos meus fornecedores perdeu 49 das 51 estufas que possuía por conta de chuvas de granizo."

Mesmo assim, ela espera vender até 20% mais que em 2010, tendo como carro-chefe o buquê com 12 rosas, que de R$ 50 passou a ser comercializado por R$ 60.

Para o técnico agrícola da Craisa, José Marcelo Lisboa, o que contribuiu também para o encarecimento das flores foi o custo dos adubos e fertilizantes, muitos deles importados, que ficaram mais caros.

É válido lembrar que o Grande ABC é abastecido principalmente por Atibaia, Bragança Paulista e Holambra, todas no Interior de São Paulo. "Como não temos área rural em Santo André e boa parte dos terrenos verdes é área de preservação, temos de comprar de fora. Se eles aumentam os preços, temos de repassar", diz Lisboa.

Por outro lado, o Ceasa da região espera receber somente hoje entre 3.000 e 4.000 pessoas no mercado de flores - o dobro de 2010. O local espera vender 10% a mais do que no Dia das Mães do ano passado.

Mais otimista, a florista Angélica Oliveira, funcionária de uma floricultura em Santo André, conta que estima comercializar até 50% mais do que em 2010. "Hoje (ontem) já estamos recebendo grande fluxo de pessoas", relata, mesmo com preços maiores. A orquídea, seu carro-chefe, é vendida a partir de R$ 70. A do tipo phalaenopsis, uma das mais procuradas, teve seu custo aumentado de R$ 80 para R$ 110 em um ano.

Mesmo com a concorrência dos supermercados, que por terem maior poder de barganha e compra oferecem preços menores, a proprietária de uma floricultura em São Caetano, Margarete Rebuitti, espera vender 20% mais. "A flor ainda consegue oferecer preço melhor do que muitos outros itens para se presentear no Dia das Mães."

Por estar localizada em frente a um cemitério, o que mais vende é o vaso de crisântemo, a R$ 7 - que não ficou mais caro. Os arranjos com 12 rosas, que subiram de R$ 30 para R$ 35, também têm boa saída.

 




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