Desvendando a economia Titulo Seu bolso
Os preços aumentaram, e agora?
Silvia Cristina da Silva Okabayashi
18/04/2015 | 07:03
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É evidente que a população está tendo que gastar mais para comer e manter seus lares. Nos últimos meses, temos observado aumento nos preços dos alimentos e de também outros produtos que compõem a cesta básica.

No Brasil, a inflação dos alimentos e das bebidas é medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão do governo responsável pelas estatísticas oficiais do País. Quando observamos o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), notamos que desde outubro do ano passado a inflação dos alimentos demonstra crescimento em todos os meses, à exceção de fevereiro, que apresentou leve queda. Mas, em março, novamente apresentou elevação de preços. Só neste ano, alimentos e bebidas tiveram alta de 3,5%. Em 2014 inteiro, o aumento foi de 8,03%.

Neste ano, tivemos grande alta de preços com os materiais escolares e com a habitação, principalmente por estarmos nos referindo a períodos sazonais, em que essas elevações são normais, pois temos matrícula nas escolas, aquela lista de material escolar que parece não ter fim e a cobrança do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

Os itens de alimentação e bebida, em março, foram responsáveis por quase 25% da inflação medida no mês, pelo IBGE, no Brasil. Os aumentos nos preços dos combustíveis também tiveram grande impacto na inflação. Desde julho de 2014, nota-se uma tendência de elevação nos preços dos transportes, a exceção do mês de março.

Quando voltamos nosso olhar para o Grande ABC, percebemos que a cesta básica passou de R$ 430,84 em janeiro de 2014 para R$ 474,74 em janeiro deste ano, segundo dados da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Isso significa alta de mais de 10%. Se considerarmos que a inflação medida pelo IPCA foi de 6,41%, então o poder de compra da população caiu quando observamos somente a variação nos preços dos alimentos. Em abril, a cesta básica já está custando R$ 478,05.

Os aumentos nos preços da cesta básica promovem impacto direto no consumo de bens e serviços, na medida em que a população precisa retirar mais da sua renda para comprar itens essenciais. Tal situação gerará redução no poder de compra e, consequentemente, recuo no consumo de outros produtos.

Esse movimento, que envolve perda do poder de compra pelos efeitos inflacionários – associado a uma redução na produção e a um baixo nível de investimento, entendido como compra de máquinas e equipamentos para aumentar a capacidade produtiva – pode fazer com que a economia entre em processo de recessão.

E sobre recessão, devemos entendê-la como um período em que nem todos os setores da economia vão muito bem. A produção diminui, o PIB, que é a somatória de tudo aquilo que é produzido em um país, cai, mais tarde o número de pessoas desempregadas aumenta, o volume de vendas diminui e, assim, se instala um período de recessão econômica.

Quando uma recessão é branda, as pessoas ficam desempregadas, mas por pouco tempo. Contudo, se for longa, pode-se ficar sem trabalho por longos períodos. 




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