Economia Titulo
Consumidor tem
menor juro desde 1995
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
11/10/2011 | 07:28
Compartilhar notícia


O bolso das famílias ganhou um alívio no mês passado. A taxa média de juros ao consumidor caiu e atingiu seu menor patamar dos últimos 16 anos. Na pesquisa mensal da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, o custo médio do crédito em setembro ficou em 6,69% ao mês, ou 117,51% ao ano. Em agosto, o percentual era de 6,75% ao mês, e no nono mês de 2010 a taxa era de 6,74%.

Para a Anefac, quatro fatores foram determinantes para que os juros às famílias tivessem redução. São eles: 1) a diminuição da taxa básica de juros, a Selic, ocorrida no fim de agosto para 12% ao ano; 2) a maior competição do sistema financeiro, ou seja, entre os bancos; 3) o cenário de grande oferta de crédito no País; 4) o bom momento econômico nacional, mesmo com pequeno resfriamento da atividade produtiva.

Por outro lado, o professor da Faculdade de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado Otto Nogami destacou que, nos bancos, a precificação do crédito é determinada pelo risco de inadimplência e pela lei da demanda e da oferta. "Na verdade a principal determinante para os juros é o risco. Na medida em que a inadimplência tende a subir, os juros também sobem. E se ocorrer baixa na inadimplência, tendem a cair as taxas", explicou Nogami. "E mesmo com determinados setores com forte atividade, no contexto geral ocorre um arrefecimento na atividade economia, o que resulta em menos consumo. Isso atinge o sistema bancário, pois menos consumo causa redução na demanda por crédito, que resulta na redução dos juros", completou.

GRUPOS - Os grupos que compõem a taxa média também atingiram resultados relevantes. Os juros do comércio ficaram com percentual de 5,54% ao mês, contra 5,60% de agosto, sendo a menor taxa da série histórica da Anefac. Portanto, a compra de um eletrodoméstico no valor de R$ 900, em 12 vezes com juros de 5,54% ao mês, sairia por R$ 1.255,90 no fim do pagamento, sem entrada, com parcelas de R$ 104,66. Em agosto, a diferença era de R$ 5, com valor de R$ 1.260.

O crédito direto ao consumidor dos bancos para financiamentos de veículos também teve sua menor taxa média da série histórica. Quem fechou negócio para comprar um carro no mês passado pagou, em média, 2,24% ao mês em juros, redução de 0,05 ponto percentual ante o resultado de agosto. Essa taxa é o equivalente a 30,4% ao ano.

Os empréstimos pessoais das financeiras também caíram para a sua menor taxa média na série histórica da Anefac. Aqueles que emprestaram dinheiro nessas empresas pagaram cerca de 8,94% ao mês pelos valores em setembro, contra 9,11% cobrado em agosto.

Os empréstimos pessoais dos bancos se reduziram para 4,47% ao mês, contra 4,58% em agosto. Com isso, segundo a Anefac, setembro teve a menor taxa desde fevereiro de 2001, quando a modalidade custava, aproximadamente, 4,45% ao mês.

Quem financiou algo com o cheque especial pagou 8,23% ao mês por isso. Em agosto, a taxa era de 8,25% ao mês.

 

São Paulo possui melhor condição de pagamento

A taxa média de juros no crediário das lojas em São Paulo ficou bem abaixo da média nacional, com 4,98% ao mês em setembro, contra 5,54%. Esse resultado deixou os paulistas com a menor taxa média da pesquisa da Anefac, que apurou os percentuais também no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Cararina e Brasília. O crédito mais caro do mês era o dos gaúchos, por 5,77% ao mês.

Quem parcelou as compras em lojas especializadas em artigos de ginástica teve o dissabor das piores taxas. Segundo o estudo da Anefac, a média de todas as regiões apuradas nesse segmento foi de 8,08% ao mês. No entanto, houve redução frente a agosto, tendo em vista que naquele mês os juros eram de 8,16%.

Por outro lado, as grandes redes de varejo cobraram os menores juros em seus crediários. A média foi de 3,58% ao mês, resultado 0,05 ponto percentual inferior ao mês de agosto. Seguindo a tendência de menores taxas, as empresas de turismo aplicaram o segundo menor preço pelo crediário aos seus clientes. Em setembro, esse segmento cobrou 3,90% ao mês por seus financiamentos e também baixou a taxa média, tendo em vista que em agosto eram cobrados 3,95%.

As redes médias de varejo aplicaram juros de 5,57% ao mês em suas vendas parceladas. E as pequenas, mesmo com menor movimento, não se distanciaram das maiores e cobraram 6,44% ao mês.

As lojas que venderam artigos para o lar cobraram juros médios de 7,50% ao mês. E aquelas especializadas em eletroeletrônicos tinham taxas de 5,22%. Estabelecimentos de importados venderam, em parcelas, por 6,34% ao mês. Crediários de compras de informática, celulares e decoração, custaram, respectivamente, 5,03% ao mês, 4,7% e 7.85%.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;