A população despediu-se, nesta sexta-feira, do monarca que governou Mônaco como "pai" e "chefe", na Praça do Palácio e em várias igrejas, mas especialmente à noite, na missa de corpo presente realizada na catedral.

O número de pessoas era tão grande que boa parte delas teve que acompanhar a missa através de um telão. "Não há mais lugar!", gritou um policial para mais de 100 moradores que aguardavam para entrar na catedral, com capacidade para 800 pessoas, meia hora antes do início da última missa em memória do príncipe.

A cidade permaneceu nesta sexta-feira com o comércio fechado. Viam-se pelas ruas caravanas de dignitários escoltados por motociclistas, além do barulho incessante de helicópteros.

À tarde, a população, vestida de preto, dirigiu-se em massa para a catedral. A multidão concentrou-se em frente à igreja duas horas antes da missa, e foi entrando aos poucos, até lotar a catedral, onde, na entrada, coroas de flores enviadas pelos reis da Suécia e Espanha foram colocadas ao lado de outras centenas de coroas.

Durante a manhã, a população preferiu não ir até o Palácio e a catedral, com medo de que houvesse muita gente na Praça do Palácio, onde, na hora do cortejo, havia muitos nobres e dignitários e muito poucos representantes da população local.

Personalidades mundiais e centenas de moradores participaram, ao meio-dia, dos funerais do príncipe Rainier III, que morreu no último dia 6, aos 81 anos, após 56 anos de reinado.

Pela manhã, o cortejo fúnebre com os restos do príncipe entrou na Catedral, acompanhado pelo príncipe herdeiro Albert II, as princesas Caroline e Stephanie, netos de Rainier e a irmã do mesmo, a princesa Antoinette, 85 anos.

O caixão foi coberto pela bandeira vermelha e branca de Mônaco e colocado diante do altar, escoltado por sete carabineiros. Caroline e Stephanie enxugavam as lágrimas com lenços brancos. O herdeiro, Albert II, não conseguia controlar o choro.

Segundo autoridades, após o funeral na catedral e a missa de corpo presente, o enterro de Rainier acontecerá "na mais estrita intimidade familiar", ao lado do túmulo de sua mulher, Grace Kelly, morta num acidente em 1982.