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Polêmicos aditivos de combustível
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
04/06/2008 | 07:07
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Melhorar o consumo, dar mais potência ao motor ou simplesmente manter limpos bicos injetores, válvulas, velas, entre outros componentes. Esses são alguns dos resultados prometidos pelos fabricantes de aditivos para combustível, encontrados em postos de gasolina, centros especializados e até mesmo em supermercados.
No entanto, o debate em torno desse tipo de produto é amplo e muito complicado. Enquanto alguns especialistas aconselham a utilização dos aditivos, outros colocam em dúvida a sua eficácia.

Os aditivos são substâncias químicas derivadas do petróleo que prometem algumas vantagens para aqueles que buscam preservar a saúde e a longevidade do motor e seus componentes. De acordo com Simone Hashizume, coordenadora de desenvolvimento de produtos da Bardahl e membro da Comissão Técnica de Combustíveis, Lubrificantes e Aditivos da AEA (Associação de Engenharia Automotiva), existem basicamente três tipos de aditivos: o Clean Up, que serve para limpar o sistema de alimentação do propulsor; o Keep Clean, que tem a missão de manter limpos os componentes do motor; e por fim o chamado Booster, que confere ao motor uma ligeira melhora no desempenho.

"Os aditivos para combustíveis são produtos que proporcionam uma combustão mais completa, reduzindo o consumo. Eles mantêm limpas e lubrificadas as partes altas do motor, o sistema de alimentação, válvulas e sede de válvulas, bicos injetores ou carburadores e velas.

Proporcionam a redução da emissão de poluentes, pois evitam a formação de depósitos. Reduzem os custos com manutenção para limpeza e regulagem do motor", explica Simone.

O motorista também precisa prestar atenção. Existem aditivos para veículos a gasolina, álcool e diesel, e cada um tem uma função diferente. Os aditivos para veículos que rodam com gasolina ou diesel possuem detergentes que inibem a ação de partículas comumente encontradas em combustíveis adulterados. Já os destinados a carros a álcool têm a função de prevenir a corrosão das peças, pois o etanol tem essa característica.

Outro lado - No entanto, há quem coloque em dúvida todas essas promessas. Segundo o engenheiro mecânico Rubens Venosa, os aditivos não são tão milagrosos como algumas empresas afirmam. "Nenhuma montadora aconselha o motorista a utilizar aditivos periodicamente. Tanto que não existe qualquer menção sobre esses produtos nos manuais do proprietário", explica Venosa.

"Os fabricantes de automóveis desenvolvem motores seguindo os padrões do combustível de cada país. Aqui no Brasil, por exemplo, a gasolina tem muito enxofre e uma determinada porcentagem de octanos - que é diferente em outras nações. Então, quando se usa aditivos, modifica-se a característica do combustível", revela o engenheiro mecânico.

No entanto, apesar de a maioria das fabricantes de aditivos ser de outros países, a comercialização e a produção desses produtos é autorizada pela ANP (Agência Nacional de Petróleo). "Não existem restrições para a utilização dos aditivos no combustível, pois conforme Portaria ANP 41, que regulamenta a comercialização de aditivos para combustíveis automotivos e de combustíveis automotivos aditivados, ‘aditivo para combustível automotivo é o produto constituído de um ou mais componentes ativos, com ou sem diluente, que agrega características benéficas ao combustível automotivo.' Esses produtos devem possuir um registro junto à ANP, que tem de constar no rótulo junto com outras informações requeridas pela Portaria", explica Simone.




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