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Gilson volta ao PSB e joga 'batata quente' para Reali
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
04/10/2009 | 07:20
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Fernando Nonato/DGABC


Um dia depois de negar a ida para o PSB, o vice-prefeito de Diadema, Gilson Menezes, ex-PSC, filiou-se na madrugada de sábado ao partido que hoje faz oposição à admininistração Mário Reali (PT) - último dia do prazo legal para filiação em outras siglas visando a eleição de 2010. Agora, a "batata quente" foi parar nas mãos do prefeito petista.

Pelo menos é o que afirmou o presidente do PSB de Diadema, Manoel José da Silva, o Adelson, que no ano passado saiu como candidato a vice na chapa encabeçada pelo deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB). "O PSB de Diadema é oposição. O Gilson chega como militante comum e para acatar as decisões partidárias", garantiu o socialista, ao ser questionado se o PSB, agora, passava a compor com a administração.

Adelson era totalmente contrário a volta de Gilson ao partido, inclusive declarou na reportagem do Diário de sábado: "O PSBde Diadema não aceita o Gilson, que nos decepcionou". Mas, pelo visto, mudou de ideia.

Gilson volta ao partido que o elegeu prefeito pela segunda vez na cidade (1997/2000) - a primeira foi pelo PT (1983/1988). "Na minha vida tudo ocorre de última hora", justificou o vice-prefeito, referindo-se ao acordo fechado madrugada adentro e que mexe com o cenário político local.

Indagado se agora é situação ou oposição ao governo petista, Gilson saiu pela tangente. "Quero desenvolver um trabalho junto ao prefeito para abrir espaço ao PSB na situação", afirmou.

O mais novo socialista de Diadema disse que o PSB quer "espaço" no governo petista, mas não deu detalhes. No Legistativo, a bancada é composta por dois vereadores: Wagner Feitoza, o Vaguinho, e Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi.

Tanto Célio quanto Vaguinho mantiveram o discurso de Gilson estar condicionado às normas do partido e de construção partidária, mas não descataram uma aproximação no Paço. "Dependemos de uma conversa com o governo", afirmou Vaguinho. Célio Boi falou em uma possível "construção" nos próximos 30 dias.

Após a apresentação oficial com a militância do PSB, por volta das 10h de sábado, Gilson, a tiracolo de Adelson e de parte da cúpula socialista , foi a 329ª Zona Eleitoral levar o pedido de desfiliação do PSC, partido comandado pelo secretário municipal de Abastecimento, Pedro Soares. A ficha, porém, foi assinada às 20h27 da sexta-feira.

Nos bastidores, o Diário apurou que o PSB teria negociado com Gilson a Secretaria de Esportes, hoje dirigida por Rubéns Xavier Martins, além de 20 cargos na Prefeitura - dez iriam para o vice-prefeito. E mais: Adelson teria de ser o titular da Pasta. Ao contrário do que parece, a militância socialista teria se revoltado com a chegada do vice-prefeito.

O secretário de Governo e presidente do PT, Antonio Fidelis, falou em nome do prefeito. "É uma nova situação política que requer avaliação". afirmou, ao ressaltar que a mudança de Gilson para o PSB foi vista como "certa surpresa" pelo governo.

Do lado de fora, o vereador José Dourado (PSDB) fez uma leitura taxativa: "Arrumaram uma baita confusão", profeciou.




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