Economia Titulo Na ponta do lápis
Preço do feijão varia 80,4% nos supermercados da região

Levantamento da Craisa mostra que custo da alface oscila 80,6% e, do tomate, 75,1%; economia demanda pesquisa

Marina Teodoro
Especial para o Diário
10/04/2015 | 07:12
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Ari Paleta/DGABC


Em tempos de crise financeira, economizar é a regra número um para conseguir enfrentar a inflação sem que pese tanto no bolso. Para diminuir os gastos com as compras do mês, a pesquisa de preços é fundamental para que o consumidor não seja surpreendido na hora em que chegar no caixa.

Com base na pesquisa divulgada ontem pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), que apurou preços de 34 itens de primeira necessidade em 17 supermercados de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá, Diadema e Ribeirão Pires, o custo do feijão-carioca varia 80,4% entre os estabelecimentos. A alface também tem oscilação expressiva do seu valor, de 80,6%.

No caso do feijão, o quilo do grão sai por R$ 1,99 nas unidades da Coop em São Bernardo e Diadema, e custa R$ 3,59 no Extra de Ribeirão Pires. O maço da alface é vendido por R$ 1,65 no Carrefour de Diadema, e R$ 2,98 no Nagumo de Santo André.

Tomate e cebola também têm preços bem diferentes entre os supermercados. A variação no custo do fruto atinge 75,18%, sendo os lugares mais em conta as lojas do Carrefour Vergueiro e São Caetano, com o quilo sendo vendido a R$ 3,99 e, o mais salgado, em todas as unidades da Coop no Grande ABC, por R$ 6,99. No caso da cebola, entretanto, é nas lojas da Coop Joaquim Nabuco, Barcelona e Diadema que sai mais barato, por R$ 2,69, enquanto o mais caro, R$ 3,99, nas unidades da rede Queirós, Barão de Mauá e Ribeirão Pires – variação de 48,32%.

Para o engenheiro agrônomo responsável pela pesquisa da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto, essa diferença de preços é comum. “O custo do hortifrúti oscila muito, é normal. Depende da safra e também do poder de barganha dos supermercados, quanto maior a rede, a tendência é de que o preço seja menor”, explica ele.

Entretanto, existem alguns fatores que podem ser fundamentais na hora de poupar. “Estabelecimentos voltados para público de baixo poder aquisitivo também costumam praticar valores mais acessíveis”, afirma Benedetto.

A auxiliar de enfermagem andreense Luiza Franco, 48 anos, já notou a variação durante as pesquisas que ela mesma fez nos estabelecimentos próximos à sua casa, e agora fica mais atenta na hora das compras. “Guardo os encartes das lojas para saber qual é o mais barato. Também passei a fazer compras só uma vez por mês, para evitar gastos por impulso e com besteiras, e só vou nos últimos dias, quando os preços estão menores.”

A dica de Luiza tem uma explicação. “No fim do mês, as pessoas já gastaram o salário, e geralmente estão sem dinheiro para compras. É aí que são lançadas as promoções, para impulsionar as vendas no período”, justifica o engenheiro.

Hortifrúti puxa alta da cesta básica

A alta de mais de 20% no preço do quilo do tomate nesta semana somada ao aumento do custo da batata, de 11,73%, contribuíram para que a cesta básica subisse 1,18%, alcançando R$ 478,05, o que significa R$ 5,56 a mais no custo dos produtos, conforme foi apurado pela pesquisa da Craisa.

Parte da inflação se deve aos hortifrúti, especialmente legumes, frutas e verduras, que teve expansão de 6,68% nos últimos sete dias. O valor do tomate continua em alta, passando de R$ 5,17 para R$ 6,22. A batata também foi uma das vilãs desta semana, aumentando R$ 0,40 ao encarecer de R$ 3,41 para R$ 3,81.

Para o engenheiro agrônomo da Craisa, a alta da semana não é muito expressiva. “O tomate sempre oscila, por conta da safra. Por estarmos no início do mês, os produtos estão com preços mais elevados. Além disso, a estiagem contribui para a elevação.”

A laranja e a carne bovina de segunda também encareceram 5,5% e 5,4%, respectivamente. Já as baixas ficam por conta do feijão-carioca, que recuou 7,26%, para R$ 2,81, e da cebola, que diminuiu 6,35%, e sai por R$ 3,54. 




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