A taxa de inflação oficial do País, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), atingiu 8,13% nos últimos 12 meses terminados em março. Foi o maior índice desde 2003, ano que fechou em 9,3%.

A variação mensal ficou em 1,32%, acima da taxa de 1,22% registrada no mês anterior e maior taxa desde fevereiro de 2003 (quando foi de 1,57%). Em março, a alta da conta de luz foi a maior vilã: representou 54% do IPCA e, junto com os alimentos, contribuiu com mais de 80% da taxa. “A energia captou reajustes extraordinários para compensar gastos com termelétricas”, explicou a gerente de pesquisa do IBGE, Irene Machado.

No cenário atual, será ultrapassado o teto da meta inflacionária, que é de 6,5% neste ano, afirmam economistas. “Trabalhamos com inflação de 8%. O País não vai atingir a meta por causa dos preços administrados (como energia e combustíveis)”, comentou o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero. O delegado do Corecon (Conselho Regional de Economia) no Grande ABC, Leonel Tinoco, tem avaliação semelhante. Segundo ele, a forte alta é reflexo do represamento de preços administrados nos últimos dois anos.