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Aumenta o número de casos de hansemíase no país
Do Diário do Grande ABC
25/06/1999 | 19:45
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O Brasil registrou 49 mil novos casos de hanseníase no ano passado, segundo dados ainda nao fechados do Ministério da Saúde. Esse número, que corresponde a um aumento de quatro mil notificaçoes em relaçao a 1997 e ao surgimento de um caso a cada 12 minutos, mantém o País como o segundo colocado no mundo - perde apenas para a India - na avaliaçao da Organizaçao Mundial da Saúde (OMS) sobre a incidência de casos de hanseníase. "O fato de termos mais casos registrados nao é ruim, é até bom, porque significa que estamos conseguindo diminuir o número de casos nao diagnosticados, estimado em 9 mil", afirma o coordenador da Area Técnica de Dermatologia Sanitária do Ministério da Saúde, Gerson Mendes Pereira.

O coordenador esteve nesta sexta-feira no Rio para lançar, em conjunto com o Movimento de Reintegraçao de Pessoas atingidas pela Hanseníase (Morhan), a campanha nacional de combate à doença. Com esses 49 mil novos casos, Pereira estima que o País deverá ter um total de 68 mil registros da doença. "Em 1997, foram 44 mil casos novos, quatro mil a menos, mas o número total de registros chegava a 88 mil, o que comprova a eficácia das campanhas de conscientizaçao para a importância do diagnóstico precoce".

A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa que atinge pele e nervos transmitida pelo bacilo mycobacterium leprae por vias aéreas e contato físico prolongado com pessoas contaminadas que provoca perda da sensibilidade. O coordenador explicou que a doença deixa de ser contagiosa a partir da primeira dose de PQT (tratamento poliquimioterápico). Segundo ele, a hanseníase tem cura em todas as suas fases de desenvolvimento.

Pelos números do ministério, em cada grupo de 10 mil brasileiros, cinco estao contaminados pela doença; em 1991, eram 17 por 10 mil. O governo federal pretende baixar esse número para menos de uma pessoa por grupo de 10 mil - taxa máxima recomendada pela OMS - até o fim do ano que vem.

As regioes Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentam a maior incidência de hanseníase. Roraima teve o pior índice do País (16 4 por 10 mil). Rio Grande do Sul e Santa Catarina sao os únicos que conseguem obter índices previstos pela OMS, com 0,5 e 0,8 por 10 mil, respectivamente. Sao Paulo apresenta o índice mais baixo da regiao Sudeste (2,2 por 10 mil), e o Rio de Janeiro teve um resultado pouco abaixo da média nacional (4,7 registros por 10 mil).

O Ministério da Saúde deverá investir este ano, segundo Pereira, R$ 19 milhoes no combate à hanseníase, doença já extinta em países como Cuba e Argentina. Ele destacou como prioridade o desenvolvimento de convênios com Estados e municípios para a implantaçao da campanha em todo o País. Na semana passada, o governo começou a distribuiçao de medicamentos que vêm acompanhados de um kit com esclarecimentos sobre a doença. "Existe um preconceito no País sobre hanseníase que está relacionado diretamente à desinformaçao, mas isso está diminuindo", diz. Pode-se obter informaçoes sobre o tratamento da doença por meio do telefone 0800-262001.




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