A linha de transmissão que vai ligar Manaus ao resto do País deve atravessar o rio Amazonas por baixo d'água, e não por grandes torres como prevê a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Essa é uma das alternativas em estudo pelo Consórcio Amazonas, vencedor do trecho entre Oriximiná (PA) e Cariri (AM) no leilão realizado ontem.

Com 1,8 mil quilômetros, a linha vai garantir a redução de R$ 1,5 bilhão na CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), subsídio para a geração de energia no Norte do País.

"Estamos trabalhando em alternativas para facilitar o licenciamento ambiental", disse Jorge Palmeira, diretor-presidente da Eletronorte, líder do consórcio.

A Aneel projetou a travessia do rio por torres de 2.809 metros de altura, o equivalente a um prédio de 72 andares ou à ponte Golden Gate, em San Francisco, nos EUA. Palmeira disse, porém, que a solução com cabos subaquáticos pode ser mais viável.

TORRES - Além disso, a companhia planeja instalar, no trajeto terrestre da linha, torres com altura suficiente para que fiquem acima da copa das árvores.

O objetivo é evitar a abertura de uma faixa de servidão na floresta, o que poderia criar dificuldades para o licenciamento.

A conexão de Manaus e Macapá ao SIN (Sistema Interligado Nacional) deve ficar pronta entre 2011 e 2012. Trata-se do último grande sistema isolado do País, uma vez que Rondônia e Acre devem ser conectados já no ano que vem.

Segundo o ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, com os dois projetos, o consumidor brasileiro deixará de dividir R$ 2,1 milhões gastos para subsidiar diesel para as usinas térmicas.