``Pode ser que os remédios atualmente disponíveis para combater as doenças infecciosas só possam ser utilizados por uma ou duas décadas', ressaltou David Heyman, diretor da OMS para doenças transmissíveis.

``Estamos em uma corrida contra o tempo para reduzir as doenças infecciosas no mundo, antes que as doenças esgotem os remédios', acrescentou ele.

O relatório da OMS explica que na Estônia, na Letônia e em certas partes da Rússia e da China, mais de 10% das variedades de tuberculose sao resistentes aos medicamentos considerados mais poderosos contra a doença. Na Tailândia o problema é o mesmo, com outras doenças: os três remédios mais eficazes contra o impaludismo se mostraram ineficazes, enquanto 30% dos pacientes tratados com lamiudine, um novo remédio contra a hepatite B, nao sentiram os efeitos da terapia depois do primeiro ano.

``Foram precisos 20 anos para fazer da penicilina um remédio comum e 20 anos depois, esse medicamento se mostra praticamente ineficaz para tratar a blenorragia (uma doença sexualmente transmissível comum) na maior parte das regioes do mundo', lamentou Heyman.

As causa do aumento da resistência dos parasitas às enfermidades, diz a OMS, sao diferentes de acordo com a regiao. Nos países pobres, é resultado da falta de uso dos remédios e, nos países ricos, é resultado do excesso de medicamentos.

A preocupaçao da OMS aumenta porque nao estao sendo desenvolvidos novos remédios para substituir os que estao perdendo a eficácia. Sao necessários entre 15 e 20 anos de pesquisas para chegar a um novo remédio eficaz contra as infecçoes.