O Exército brasileiro assinalou nesta terça-feira que o incidente já está superado, segundo um comunicado enviado à AFP.

O incidente teve início quando um grupo de índios Mayurunas tomou um lote de madeiras em território brasileiro, o que motivou um pedido de ajuda das autoridades peruanas para o 1º Pelotão Especial de Fronteira do Exército brasileiro, em Palmeiras do Javari (Amazonas).

Como o comandante da unidade se recusou a intervir no problema, dois agentes do Inrena (órgão peruano correspondente ao Ibama) e um policial peruano prenderam vários índios Mayurunas e dois agentes da Funai que navegavam pelas águas do rio Javari.

Os presos foram levados para Angamos, localidade peruana à margem do Javari, onde os peruanos libertaram o grupo, após a intervenção do embaixador brasileiro em Lima.

Seguindo a orientação do Ibama, o Exército desencadeou uma operação para levar a madeira cortada ilegalmente para a sede do Batalhão de Tabatinga (Amazonas), mas quando as toras seguiam pelo Javari, vários populares liderados pela ex-governadora do departamento peruano de Loreto tentaram impedir a passagem do comboio, na altura de Angamos.

"Houve ações de força e uma senhora foi agredida com a culatra de um fuzil", disse Robinson Rivadeneyra, ao precisar que o incidente se produziu devido a uma questão de madeira e os soldados brasileiros agiram com o apoio de um helicóptero de artilharia e de três lanchas rápidas.

Rivadeneyra disse que há imagens gravadas que mostram a tropa brasileira agredindo uma mulher "mantida estirada no chão".

O incidente foi contornado e o comboio com a madeira segue em direção a Tabatinga, revelou o Exército.