O ex-vereador e candidato a prefeito de São Caetano por três oportunidades, Horácio Neto (Psol), que conquistou 7.744 votos na disputa por vaga à Assembleia Legislativa neste ano, nega a possibilidade de retornar ao PT, legenda na qual foi filiado desde sua fundação no município.

A negativa ocorre mesmo com pessoas ligadas ao PT insistirem com a proposta de ele compor novamente as bases do partido. Agora, Horácio diz pensar apenas em reconquistar cadeira na Câmara em 2012.

"Estamos inclinados a concorrer a vereador, amadurecendo esta ideia. Vivemos bom momento em um partido que está se construindo. Fui o terceiro mais bem votado da cidade, com mais de 4.000 votos, ou 5% do eleitorado, atrás apenas dos candidatos da máquina pública (Alex Manente, do PPS, e Orlando Morando, do PSDB, tiveram apoio do prefeito José Auricchio Júnior, do PTB) e do Ivan Valente (Psol), que foi o segundo mais votado para a Câmara Federal, com 4.579 votos apenas no município (189.014 sufrágios no total, quase 6% do eleitorado)", pontuou.

Para o socialista, a chance é nula de eventual militância nas fileiras petistas. "Não dá para especular essa história neste momento. Em outra oportunidade já levantaram essa conversa sem nexo algum. Alguns colocam essa questão só por interesse. Estou bem no Psol, que saiu-se satisfatoriamente bem no plano nacional com o Plínio (de Arruda Sampaio), mesmo em uma conjuntura polarizada. Estamos firmando as cores da sigla."

Segundo Horácio, a ascensão do partido significa uma mudança no panorama. "Estamos sendo procurados por munícipes. Hoje temos cerca de 300 filiados no município, mas não deixaremos aventureiros entrar. Tem de estar em consonância com os pensamentos da sigla. Queremos adesões políticas e não oportunistas. Uma mudança política seria benéfica para a cidade. Vamos batalhar para que haja renovação no cenário político de São Caetano. Vamos fazer essa discussão com outros partidos e a sociedade."

O presidente municipal do PT, vereador Edgar Nóbrega, confirma o interesse em repatriar o ex-colega de legislativo. "Claro que temos o interesse nele. Queremos que ele esteja conosco, no entanto, nessa conjuntura acho difícil. Tenho maior respeito pelo Horácio, mas sei dos compromissos dele com o Ivan. Há uma história entre eles por conta da afinidade ideológica", lamentou.

O petista acredita, porém, em possível aliança futura com o ex-correligionário daqui a dois anos. "Para 2012, queremos, pelo menos, uma aliança. Se ele voltasse seria ótimo, muito bem-vindo. Na hora que ele falar um ‘talvez', serei o primeiro a chamá-lo. Acredito que tudo ficará na dependência de um bom projeto, que ainda iremos apresentar até as eleições."