Grupo de amigos da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) promove jantar hoje, em tradicional hotel na rua Augusta, para arrecadar fundos para ajudar a ex-prefeita de São Paulo. Eleita pelo PT para mandato de 1989 a 1992, ela penhorou seus únicos bens - apartamento e dois carros - para pagar parte de dívida com a Prefeitura, avaliada em R$ 350 mil. Como os bens não cobrem o valor, todo mês, 10% de seu salário é retido.

Aos 74 anos, a deputada foi cobrada judicialmente pela única condenação de sua vida política. Trata-se da ação popular 053.89.707367-9, que corre na 1ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo. Erundina foi acusada por Ángelo Gamez Nunes por usar dinheiro público para financiar publicações manifestando apoio à greve geral de 1989. Um comunicado oficial da Prefeitura justificava os motivos pelos quais os ônibus da companhia pública não circularam naqueles dias 14 e 15 de março, apoiando os protestos.

A sentença - a qual não cabe recurso, a não ser sobre o valor a ser desembolsado - acatou o argumento de que a nota não atendia ao interesse público e que a prefeita feriu princípios constitucionais, sendo obrigada a devolver o valor atualizado de R$ 350 mil. "No fim do ano passado, estava em Brasília e fui ao Banco do Brasil retirar um dinheiro, quando me comunicaram que a conta estava bloqueada. Passei um mês emprestando dinheiro de amigos para pagar despesas básicas", conta ela.

O grupo de amigos, que, além do jantar (convites a R$ 100), organizou o movimento "Luiza apoio você", abrindo conta bancária para doações, alega que a condenação é injusta e preconceituosa.