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Trinta e sete pessoas morrem na Argélia em um dia
Das Agências
18/12/2000 | 11:57
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O assassinato de 37 pessoas em 24 horas, dezesseis delas jovens estudantes, em três atentados distintos constitui uma escalada preocupante da violência na Argélia, que deixa em má situaçao a política de reconciliaçao nacional do presidente Abdelaziz Buteflika.

Além das vítimas deste atentados, 14 pessoas, entre elas dez islamitas armados, foram mortos de sábado para domingo, segundo a imprensa de domingo, o que faz chegar a mais de 230 os mortos o número de vítimas da onda de violência desde que teve início o mês de jejum muçulmano, o Ramada, segundo contagem da imprensa.

Os atentados do final de semana, realizados em zonas habitadas, sem objetivos precisos, parece ter como único fim semear o terror e a psicose entre a populaçao, ao mesmo tempo que ridicularizar as forças de ordem que supostamente fazem de tudo para assegurar um Ramada tranqüilo.

A espantosa matança de 16 estudantes no dormitório de um internato em Medéia foi interpretado pela imprensa como um sinal de radicalizaçao extremista do Grupo Islâmico Armado (GIA) de Antar Zuabri, ao qual imputam as matanças mais recentes.

Pela primeira vez depois de vários meses, as autoridades confirmaram a matança dos estudantes, classificando os autores de 'terroristas', um termo que designa os islamitas armados.

A persistência da violência marca também, segundo a imprensa, os limites da lei sobre a concórdia civil do presidente Buteflika, que nao pôde instaurar a paz, 17 meses depois de sua promulgaçao.

Esta lei, que data de 13 de julho de 1999, por seis meses, mas prolongada de fato, concede anistia aos islamitas armados nao culpados de crimes de sangue ou de estupro.

Mas devido à dificuldade de para estabelecer os fatos, a maioria dos islamitas arrependidos beneficiaram-se desta lei, provocando uma grande dissoluçao entre as associaçoes de defesa dos familiares das vítimas.

A matança de Medéia supera em crueldade todas as outras cometidas desde o início da violência em Argélia em 1992, pois as vítimas eram adolescentes sem defesa no recinto de um estabelecimento escolar.

Pelo menos 16 jovens e um vigilante foram assassinados no sábado à noite por um grupo armado no internato da escola técnica Mahmoud Boutane de Medéia (80 km ao Sul de Argel).

Os jovens foram mortos a balas e os feridos liquidados a machadas por um grupo armado que invadiu a escola à noite.

Na noite de domingo, por volta das 20h (17h de Brasília), 15 viajantes foram mortos por outro grupo armado, que metralhou um ônibus em Tenes, 200km a oeste de Argel.

Uma hora mais tarde, cinco pessoas foram mortas, metralhadas por um grupo armado na cidade de Butane, em Jemis Miliana, 120 km a Oeste de Argel.




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