Economia Titulo Mercado de trabalho
Região fecha 4.290 vagas com carteira

Redução do emprego no bimestre se deveu,
principalmente, a cortes no setor comercial

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
19/03/2015 | 07:10
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Nario Barbosa/DGABC


As empresas do Grande ABC fecharam, no primeiro bimestre, 4.290 postos de trabalho com carteira assinada. O saldo de vagas (diferença entre admissões e demissões) negativo foi bem maior do que o observado no mesmo período de 2014, quando foram eliminados apenas 275 empregos. E, neste início de ano, o principal responsável pelos cortes não é a indústria, mas sim o comércio. Enquanto o segmento comercial cortou 2.148 vagas formais, o setor industrial eliminou 1.245 nos dois primeiros meses de 2015. Os números são de levantamento do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, divulgado ontem.

Embora seja normal haver dispensa de temporários passado o período do Natal e Ano Novo, o setor comercial já vinha demitindo desde dezembro na região. Após gerar 1.608 postos em novembro, fechou 453 no último mês de 2014, em janeiro cortou 1.930 e no mês passado, mais 1.958.

De acordo com representantes do empresariado e de sindicatos na região, os dados são um reflexo da fraca atividade econômica e do efeito em cadeia gerado pelas demissões em fabricantes e do cenário de apreensão gerado por PDVs (Programas de Demissão Voluntária), layoffs (suspensão de contratos) e licenças remuneradas nas montadoras. “Quando a indústria demite, leva seis meses para chegar ao comércio; pois é, chegou”, afirma o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Evenson Dotto. Ele acrescenta: “É resultado da atividade industrial, se isso não se reverter, a tendência é continuar cortando”.

O presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, tem avaliação semelhante. “O trabalhador não vai consumir se tem medo de ficar desempregado, não vai ficar fazendo dívidas”, diz.

Para o diretor do Sindicato dos Comerciários do ABC, Jonas José dos Santos, é visível o crescimento dos cortes. “Tem havido muitas homologações, as empresas não fazem investimentos e isso afeta o comércio, é um efeito em cadeia”, avalia.

INDÚSTRIA - O diretor titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Hitoshi Hyodo, também vê um cenário difícil. “Estamos muito preocupados”, diz. Ele acrescenta que, para piorar, ainda existe a possibilidade de haver racionamento de energia. Dessa forma, se a produção aumentar, há o risco de apagão. “Não tem para onde correr”, afirma.  




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