Economia Titulo Retração
Indústria de pneus tem queda de 19,4% nas vendas para montadoras

Apesar da crise, sindicato avalia que empresas tentarão manter empregos

Fabio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
18/03/2015 | 07:03
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As vendas de pneus para as montadoras de veículos tiveram queda de 19,4% em todo o País no primeiro bimestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado. As informações foram divulgadas ontem pela Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneus). Por outro lado, o volume de produção teve pequena alta, passando de 11,7 milhões para 11,8 milhões de unidades (1,1% a mais).

A maior redução nas vendas foi registrada na categoria OTR – destinada ao uso fora de estradas pavimentadas – (-46,8%). Todas as outras também apresentaram variação negativa: industrial (-36,7%), caminhonetes (-23,3%), passeio (-16,3%), agrícola (-15,6%) e motocicletas (-10,7%). Também houve decréscimo de 17% nas exportações e de 29,6% nas importações de pneus novos (exceto para veículos de duas rodas).

A associação atribui o cenário ao baixo crescimento econômico do País e à perda de competitividade da indústria pneumática nacional em decorrência do desaquecimento nas vendas do setor automotivo. Como explicação para a retração na comercialização, o empresariado cita desconfiança do consumidor, restrição ao crédito e retorno da cobrança do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados).

A Pirelli, que possui fábrica em Santo André, reconhece que “as previsões para o resto do ano não são nada animadoras” e que está “avaliando algumas medidas para adequação à demanda do mercado”. Já a Bridgestone, que detém a marca Firestone e também possui planta em Santo André, afirmou que seu posicionamento é o mesmo da Anip. As unidades da Pirelli e da Bridgestone no Grande ABC têm aproximadamente 2.500 e 3.000 empregados na produção, respectivamente, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Borracheiros da Grande São Paulo e Região).

O presidente do sindicato, Marcio Ferreira, reconhece a gravidade da situação, mas afirma que ainda não houve demissões em massa no setor e avalia que as empresas tentarão manter os empregos o máximo que puderem. “Isso porque o treinamento para que um funcionário possa confeccionar pneus demora de oito meses a um ano. Se elas dispensarem os trabalhadores e, depois de um tempo, houver reaquecimento do mercado, elas irão perder espaço, pois não irão conseguir atender à demanda”, analisa. Ferreira entende que a solução adotada será o uso de mecanismos como férias coletivas e lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho). 




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